Pequeno manual em 3 etapas para se acalmar e lidar com a birra do filho com mais amor

Por mais que a criança precise sempre de proteção, acolhimento e orientação, na prática, sabemos que educar não é uma tarefa fácil. Um dos momentos mais temidos pelos pais e cuidadores é justamente a hora da birra, mais comum em algumas fases da vida, e parte do processo natural de amadurecimento infantil.

O maior desafio é para os adultos, que precisam ter calma para enfrentar momentos de descontrole dos pequenos. A longo prazo, humilhar ou ferir a criança não será efetivo e ainda pode causar mais problemas.

Boas ações adotadas desde o início podem mudar o rumo da situação e impor verdadeiramente respeito, como ensina Telma Abrahão, especialista em Neurociência Comportamental Infantil e autora do livro “Pais Que Evoluem”.

Conheça abaixo um pequeno passo a passo para lidar consigo e com a criança com mais empatia:

O que fazer diante de um ataque de birra?

1. Respire fundo e pegue seu filho no colo

IStock / Fizkes

Telma acredita que crianças aprendem o que é respeito a partir da forma em que são tratadas, sendo uma responsabilidade do adulto apontar a direção. “Nós é quem devemos levá-las para o caminho de aprender a regular as próprias emoções”, afirma.

Afinal, no fundo, elas só querem sentir carinho e acolhimento nos momentos em que sentem raiva ou frustração, então a primeira orientação é respirar fundo – ato que, comprovadamente, ajuda o corpo a relaxar – e trazê-la para perto de si.

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Você pode abraçá-la ou pegá-la no colo, dependendo da forma que sabe que ela mais se sente segura e dizer: “Vem aqui, vou te ajudar a se acalmar”.

2. Valide o que seu filho sente

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Crianças pequenas não conseguem regular as próprias emoções sozinhas e, se elas já estiverem descontroladas na hora, gritar ou bater vai piorar a situação. Além disso, você acaba demonstrando que é preciso apenas “engolir” os sentimentos.

Lembre-se: o cérebro e a personalidade infantil estão em constante construção, então a criança levará para a vida adulta tudo o que vivenciou no período.

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Com seu filho por perto, diga com tranquilidade que entende a chateação dele quantas vezes forem necessárias. Aos poucos, ele entenderá que não é preciso gritar ou se jogar no chão da próxima vez para ter sua atenção.

3. Mantenha os limites de forma respeitosa

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No momento final, você deve se impor da maneira mais amorosa que puder, já que a criança estará esperando uma resposta. O adulto da relação é quem consegue lidar com o que sente e também quem sabe o que é possível ou não o filho ter.

Você pode dizer, por exemplo, com expressões faciais empáticas e em um tom de voz carinhoso: “Eu sei que você está triste, mas só compraremos esse carrinho no seu aniversário, ok?”.

Ao traduzir a linguagem que a criança não consegue descrever, dê preferência também para combinados verdadeiros. Se ela sentir-se enganada, poderá virar um adulto inseguro.

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“As marcas negativas do início da vida ficam não só na saúde mental, mas na emocional e até física do ser humano”, cnclui Telma.