Por mais que a criança precise sempre de proteção, acolhimento e orientação, na prática, sabemos que educar não é uma tarefa fácil. Um dos momentos mais temidos pelos pais e cuidadores é justamente a hora da birra, mais comum em algumas fases da vida, e parte do processo natural de amadurecimento infantil.
O maior desafio é para os adultos, que precisam ter calma para enfrentar momentos de descontrole dos pequenos. A longo prazo, humilhar ou ferir a criança não será efetivo e ainda pode causar mais problemas.
Boas ações adotadas desde o início podem mudar o rumo da situação e impor verdadeiramente respeito, como ensina Telma Abrahão, especialista em Neurociência Comportamental Infantil e autora do livro “Pais Que Evoluem”.
Conheça abaixo um pequeno passo a passo para lidar consigo e com a criança com mais empatia:
O que fazer diante de um ataque de birra?
1. Respire fundo e pegue seu filho no colo

Telma acredita que crianças aprendem o que é respeito a partir da forma em que são tratadas, sendo uma responsabilidade do adulto apontar a direção. “Nós é quem devemos levá-las para o caminho de aprender a regular as próprias emoções”, afirma.
Afinal, no fundo, elas só querem sentir carinho e acolhimento nos momentos em que sentem raiva ou frustração, então a primeira orientação é respirar fundo – ato que, comprovadamente, ajuda o corpo a relaxar – e trazê-la para perto de si.

Você pode abraçá-la ou pegá-la no colo, dependendo da forma que sabe que ela mais se sente segura e dizer: “Vem aqui, vou te ajudar a se acalmar”.
2. Valide o que seu filho sente

Crianças pequenas não conseguem regular as próprias emoções sozinhas e, se elas já estiverem descontroladas na hora, gritar ou bater vai piorar a situação. Além disso, você acaba demonstrando que é preciso apenas “engolir” os sentimentos.
Lembre-se: o cérebro e a personalidade infantil estão em constante construção, então a criança levará para a vida adulta tudo o que vivenciou no período.

Com seu filho por perto, diga com tranquilidade que entende a chateação dele quantas vezes forem necessárias. Aos poucos, ele entenderá que não é preciso gritar ou se jogar no chão da próxima vez para ter sua atenção.
3. Mantenha os limites de forma respeitosa

No momento final, você deve se impor da maneira mais amorosa que puder, já que a criança estará esperando uma resposta. O adulto da relação é quem consegue lidar com o que sente e também quem sabe o que é possível ou não o filho ter.
Você pode dizer, por exemplo, com expressões faciais empáticas e em um tom de voz carinhoso: “Eu sei que você está triste, mas só compraremos esse carrinho no seu aniversário, ok?”.
Ao traduzir a linguagem que a criança não consegue descrever, dê preferência também para combinados verdadeiros. Se ela sentir-se enganada, poderá virar um adulto inseguro.

“As marcas negativas do início da vida ficam não só na saúde mental, mas na emocional e até física do ser humano”, cnclui Telma.