mamografia antes dos 50

Quando é necessário fazer mamografias antes dos 50 ou 40 anos, como Rafa Brites?

A jornalista de 38 anos faz o exame anualmente – mesmo a mamografia antes dos 50 não sendo algo recomendado pelo Ministério da Saúde

A mamografia é o exame considerado padrão ouro para detecção e diagnóstico do câncer de mama. No Brasil, ele é recomendado apenas para mulheres entre 50 e 69 anos devido à alta incidência da doença em pessoas nessa idade – mas, recentemente, a jornalista Rafa Brites, de 38 anos, surgiu realizando o exame. Afinal, em quais situações é possível ou indicado fazer mamografia antes dos 50 anos? Entenda abaixo.

Idade para mamografia: qual a recomendação no Brasil?

mamografia antes dos 50
(Crédito: National Cancer Institute/Unsplash)

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e o Ministério da Saúde recomendam a mamografia para mulheres que têm entre 50 e 69 anos. Isso se baseia em dados da incidência da doença, no risco acumulado que a radiação do exame oferece e também nas taxas de resultados errados em exames de mulheres com mamas mais jovens (que, em geral, são mais densas). Órgãos médicos importantes, porém, divergem sobre o assunto.

Mamografia antes dos 50 é necessária?

Em contrapartida, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda mamografias anuais a partir dos 40 anos de idade. Isso se pauta na incidência substancial do câncer de mama em mulheres que têm entre 40 e 49 anos. Segundo a instituição, isso aumenta as chances de detecção precoce e de um tratamento bem-sucedido. Há, no entanto, casos nos quais médicos recomendam o exame ainda antes disso.

A jornalista Rafa Brites, por exemplo, afirmou fazer mamografias anualmente, justificando o histórico familiar de câncer de mama. “Faço todo ano. Venho de um histórico de mãe com câncer de mama e, ao mesmo tempo, sei da importância desse exame porque minha mãe descobriu um câncer por um exame assim e conseguiu pegar muito no começo”, declarou ela, afirmando que o tumor da mãe tinha o tamanho de um grão de gergelim.

(Crédito: Drazen Zigic/Freepik)

Mas, afinal, quando é necessário recorrer ao exame mais cedo? Segundo autoridades médicas, o rastreamento “antecipado” pode ser necessário por uma série de fatores. São eles:

Histórico familiar significativo de câncer de mama

Pessoas que têm casos da doença em parentes de 1º grau (como mãe, irmã ou filha) especialmente antes dos 50, casos múltiplos de câncer de mama ou ovário na família em diferentes gerações ou parentes com câncer de mama masculino, podem precisar de um rastreamento personalizado.

Presença de mutações genéticas herdadas

Algumas mutações genéticas hereditárias favorecem o surgimento do câncer de mama. É o caso das alterações nos genes BRCA1, BRCA2, TP53, PALB2, CHEK2 e ATM. Sendo assim, quem já identificou essas mutações pode precisar de rastreamento antecipado.

Histórico pessoal de câncer de mama

Pessoas que já tiveram câncer de mama ou lesões de mama de alto risco no passado têm mais chance de ter a doença novamente. Sendo assim, pode haver necessidade de antecipar a realização desses exames.

Exposição a radiação no tórax na juventude

Quem já fez tratamentos que envolvem radiação no tórax, como a radioterapia para linfoma de Hodgkin, por exemplo, tem risco aumentado para desenvolver câncer de mama no futuro. Sendo assim, essas pessoas podem se beneficiar de um rastreamento mais frequente começando mais cedo na vida.

Diagnóstico de síndromes hereditárias relacionadas ao câncer

Ter síndromes como a de Li-Fraumeni e a de Cowden eleve o risco de ter câncer de mama. Dessa forma, quem tem algum desses diagnósticos deve ter mais atenção no rastreamento da doença.

Mamografia antes dos 40: quando fazer

(Crédito: kjpargeter/Freepik)

Levando em consideração as recomendações divergentes dos órgãos médicos e as particularidades de cada organismo, é importante que toda mulher consulte um médico de confiança sobre o assunto. Ao reconhecer algum fator de risco, indica-se que a paciente busque, por exemplo, um mastologista para receber recomendações personalizadas.

Em alguns casos, é, sim, recomendado fazer mamografias ou ressonâncias magnéticas a partir dos 30 ou 35 anos de idade, a depender do risco individual. Em outros casos, quando o risco é muito alto, é possível discutir formas mais drásticas de prevenção, como a quimioprevenção (uso de medicamento quimioterápico) ou a mastectomia profilática (remoção preventiva da mama).

Saúde da mulher