“Desafio do desodorante” não é algo novo nas redes sociais e pode causar desde sintomas leves até dano neurológico permanente ou morte
A morte recente de uma criança de 8 anos no Distrito Federal reascendeu um alerta para pais e mães. Isso porque, ainda que o laudo médico sobre a causa da morte seja necessário para confirmar a suposição, familiares da menina afirmam que tudo aconteceu após o “desafio do desodorante”, “trend” que, de tempos em tempos, é revivida por jovens nas redes sociais.
Criança morre após fazer “desafio do desodorante”

Sarah Raissa Pereira de Castro, de 8 anos, morreu recentemente após, segundo a família, participar do “desafio do desodorante”. De acordo com informações do portal “G1”, a menina teve uma parada cardiorrespiratória e não respondeu às tentativas de reanimá-la. O caso aconteceu em Ceilândia, no Distrito Federal, e é investigado pela 15ª DP.
Ainda que um laudo médico seja necessário para confirmar a conexão entre o desafio e a parada cardiorrespiratória de Sarah, o delegado responsável pelo caso, Ataliba Neto, afirmou que já existe um inquérito aberto para identificar possíveis responsáveis por postagens relacionadas à “trend”.
“A depender das circunstâncias, [o responsável] poderá responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado”, disse o delegado, afirmando que a pena para possíveis responsáveis pelo post que teria incentivado Sarah pode chegar a 30 anos de prisão.
“Desafio do desodorante”: o que é e quais os riscos?

Apesar de o assunto estar novamente em foco devido à morte da criança, o “desafio do desodorante” não é novidade. Essa “trend” existe há anos – e em mais de um formato. Em um deles, participantes são incentivados a direcionar o spray do cosmético para o mesmo trecho de pele pelo máximo de tempo possível, algo que prova queimaduras.
No outro, participantes devem inalar o gás do desodorante em spray pelo máximo de tempo possível. Devido ao fato de que o desafio já fez vítimas anteriormente (e em diversos países), há alertas a respeito dele por parte de sociedades médicas e órgãos de segurança. Segundo o Instituto Federal Alemão de Controle de Risco, por exemplo, os riscos da prática são múltiplos.
Conforme um comunicado lançado pelo órgão em 2023, a inalação excessiva faz com que substâncias entrem nos pulmões em grandes quantidades. Assim, elas podem “tomar o lugar” do oxigênio, levando a sufocamento. Além de tontura e náuseas, o corpo também pode sofrer com disfunções respiratórias, convulsões, falência circulatória e danos neurológicos permanentes. Em casos mais extremos, pode haver óbito.
A severidade do quadro depende, entre outros motivos, da quantidade de produto inalada e da composição do desodorante. Ao notar sinais de intoxicação ou identificar a participação da criança no desafio, é urgente a busca de atendimento médico emergencial.