Invadiram o campo na final da Copa por uma razão nobre: quem são os Pussy Riot?

por | jul 16, 2018 | Notícias

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Cerca de quatro pessoas, homens mulheres, realizaram um protesto no meio do jogo entre França e Croácia, valendo o título de campeã da Copa do Mundo da Rússia.

Aos sete minutos do 2º tempo da partida, o grupo, vestindo camisas brancas e calças pretas do serviço policial russo, invadiu o gramado do Estádio Ludjniki, a partir da área do gol francês, e de lá começou a percorrer o campo – com direito a toque de mão com o jogador francês Kylian Mbappé – a fim de chamar atenção para as pautas reivindicadas.

Por que aconteceu o protesto do Pussy Riot?

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A autoria do protesto durante a final da Copa da Rússia foi reivindicado pelo grupo punk feminista Pussy Riot.

Em vídeo publicado no canal do grupo no YouTube, três integrantes do Pussy Riot explicaram o motivo do grupo ter adentrado no campo de futebol durante o último jogo do Mundial. Entre as explicações dadas pelas mulheres constam o temor das ações policiais – simbolizada pela dualidade “policial celeste” e “policial terrestre” – com o fim da Copa do Mundo no país. Veja declaração oficial do grupo:

Policial celeste x policial terrestre

Em suas redes sociais, o Pussy Riot explicou a origem da dualidade entre o “policial celeste” e o “policial terrestre” citada no discurso do vídeo sobre a manifestação na final da Copa – e que serviu de inspiração para a roupa usada pelos manifestantes.

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Qual é a reivindicação do Pussy Riot?

De origem russa, o grupo é conhecido por realizar protestos contra o governo de Vladimir Putin. O número total de integrantes é variado e gira em torno de dez jovens, entre homens e mulheres.

O grupo reivindica maior liberdade de expressão na Rússia, o fim da truculência policial, das prisões arbitrárias e maior participação da população na política do país.

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Como estão os manifestantes da final da Copa da Rússia

De acordo com a agência Reuters, Olga Kurachyova, uma membro do Pussy Riot, foi detida durante a manifestação do grupo. Além de Olga, outros ativistas identificados no ato foram Olga Pakhtusova, Nika Nikulshina e Piotr Verlizov.

A polícia russa anexou duas queixas administrativas contra os integrantes do Pussy Riot por invasão do campo e uso ilegal de uniformes iguais ou semelhantes ao de autoridades policiais.

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As queixas administrativas têm peso menor do que ofensas criminais e, por isso, são menos graves do ponto de vista legislativo.

Usualmente, em casos de queixas administrativas, as pessoas apenas são fichadas e devem se apresentar à Justiça logo após o incidente.

Entretanto, não se sabe o que acontecerá com a ativista Olga Kurachyova, uma vez que a mulher, diferente dos demais membros identificados, já havia sido detida em 2012, após manifestação do grupo em uma igreja.

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