Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Minas Gerais, descobriram uma molécula inédita de um complexo de cobre que pode combater células do câncer.
Publicado no dia 27 de dezembro de 2021 na revista científica Scientific Reports, o estudo agora caminha para uma segunda fase, que pode durar até dois anos.
Molécula poderia matar células cancerosas
Em testes realizados em células tumorais de humanos e camundongos, o complexo de cobre foi capaz de danificar o DNA e provocar a morte de células cancerosas, segundo comunicado oficial da universidade.
Seletivo, o complexo age mais sobre as células tumorais do que sobre as células saudáveis, o que pode diminuir efeitos colaterais e aumentar as chances de cura do câncer.
O próximo passo da pesquisa é desenvolver um mecanismo que permita que a molécula descoberta seja colocada dentro de nanocápsulas, que liberariam o produto diretamente nas células tumorais.
“Estudaremos se a ação dele e seletividade será melhorada e, caso as nanocápsulas não forem tóxicas e aumentarem a toxicidade direcionada somente às células tumorais, a fase pode durar cerca de dois anos”, explicou Pedro Henrique Alves Machado, um dos autores do trabalho.
O cobre no combate ao câncer
Um dos medicamentos atualmente utilizados para tratar o câncer é feito de platina, metal que não existe naturalmente no organismo humano.
Por isso, a ciência tem buscado desenvolver opções quimioterápicas que sejam seletivas, ou seja, mais tóxicos para as células tumorais e menos tóxicos para as células saudáveis, apontam os pesquisadores
Nesse sentido, a utilização do cobre para desenvolvimento de novos medicamentos vem ganhando destaque, pois ele é um metal essencial para o funcionamento do organismo.
De acordo com Machado, estudos anteriores mostraram uma alta concentração de cobre em tecidos tumorais. Portanto, medicamentos que possuam o metal em sua composição seriam atraídos para o local do tumor pelas próprias células tumorais, agindo como um “cavalo de Troia”.