Mães de Orlando: mulheres dão relatos devastadores sobre filhos em tragédia

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A maior tragédia com armas de fogo da história dos Estados Unidos aconteceu na madrugada de 12 de junho de 2016, na boate LGBT Pulse, em Orlando, e chocou o mundo.

Tragédia nos EUA

No ataque, 50 pessoas morreram e 53 ficaram feridas. O FBI, serviço de inteligência interna dos EUA, investiga se trata-se de um crime de ódio, se foi um atentado terrorista doméstico ou internacional.

O atirador foi identificado como Omar Sissiqui Mateen, de 29 anos. O americano é filho de afegãos e foi morto por um policial. Ele invadiu o local armado com uma pistola e um rifle por volta das 2 da manhã (3 da manhã no horário de Brasília) e começou a disparar contra as pessoas que curtiam a festa.

Vítimas do massacre

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Helene Royster é a mãe de um dos feridos no massacre. Em entrevista ao jornal Orlando Sentinel, ela contou que acordou por volta das 2h30 da madrugada com uma ligação do filho.
“Ele estava chorando e gritando. Então, ele disse: ‘Mãe, tem corpos aqui’. Eu não sabia o que pensar. Então, eu e meu marido corremos para o carro. Estou aqui tentando confortar as pessoas”.

O depoimento foi dado em frente ao hospital Orlando Medical Center ao lado de outros familiares que aguardavam informações sobre as vítimas.

De acordo com Helene, seu filho estava no pátio da boate tomando uma bebida quando ouviu uma série de disparos e pulou o muro em direção à rua.  Ele estava acompanhado de dois amigos na festa, mas um deles tinha entrado para pagar a conta, levou três tiros e estava internado. Do outro, ele ainda não tinha notícias.

Enquanto Helene contava o que já sabia sobre a tragédia, seu filho prestava depoimento ao FBI.

Pedido de socorro

Já Mina Justice ainda aguardava aflita por notícias do filho, que se comunicou com ela pela última vez durante o atentado por mensagem de texto. A mãe de Eddie Justice informou aos repórteres locais que estava dormindo quando recebeu a primeira mensagem em que ele dizia: “Mamãe, eu te amo”.

Em seguida, ele escreveu “Na boate onde ouve o disparo”. Ao ler, Mina tentou ligar para o filho, mas não obteve resposta. Com isso, mandou um SMS perguntando se ele estava bem. Às 2h07, o filho retornou dizendo que estava preso no banheiro.

Ela, então, perguntou qual era o nome da boate e ele respondeu: “Pulse… Chame a polícia”, em seguida completou: “Eu vou morrer”.

Mina ligou para a polícia e mandou várias mensagens para Eddie que só respondeu às 2:39 dizendo “Chame eles (os policiais), mãe. Agora. Ele está vindo. Eu vou morrer”.

Dez minutos depois, Eddie disse à mãe que ainda estava escondido no banheiro e que os policiais precisavam ir pegá-los. Ao ser informado pela mãe que a polícia já estava lá, ele respondeu: “Depressa. Ele está no banheiro com a gente. Ele é um terrorista”.

A última mensagem de Eddie foi um “sim”, enviado um minuto depois da mãe perguntar a ele se o terrorista estava realmente no banheiro.

Na manhã desta segunda-feira (13), o nome de Eddie foi anunciado na lista de vítimas fatais.

Este sofrimento em busca de notícias do filho foi muito semelhante ao de outras mães, já que a lista completa de vítimas não foi divulgada.

Mãe se desespera

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Logo após o tiroteio, uma outra mãe foi para o local da tragédia ainda sem saber direito o que havia acontecido. “Eu não sei onde meu filho está. Ninguém consegue me dizer onde meu filho está, se ele foi baleado, se ele está morto. Ninguém sabe. Mas eles (autoridades) me dizem que houve mortos”, afirmou a mulher.

A mãe que chegou aos prantos na boate, ligou e mandou diversas mensagens para o filho sem obter resposta. A única informação que ela tinha era que o namorado de seu filho, que estava ao lado dele, levou vários tiros e tinha sido encaminhado ao hospital. 

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