O médico francês Frederic Mailliez, responsável pelos primeiros socorros à Diana logo após o acidente de carro que tirou sua vida, descreveu à Associated Press como foram os momentos finais da princesa de Gales. Para surpresa do público, o médico revelou que não reconheceu Lady Di quando prestou o atendimento, e relembrou o trágico acidente que causou a morte da Princesa do Povo aos 36 anos.
Médico atendeu Lady Di no carro do acidente
O médico Frederic Mailliez saiu de uma festa e atravessava o túnel Alma, em Paris, quando avistou um carro “quase partido em dois” contra uma das pilastras. Ao se encaminhar para prestar os primeiros socorros, o profissional não imaginava que, naquele momento, estaria para sempre associado a uma das noites mais trágicas da história britânica.
Na entrevista à AP, Mailliez disse se sentir “um pouco responsável pelos últimos momentos” da princesa de Gales. “Ela tinha dificuldades para respirar. Precisava de assistência rápida”. O médico descreveu que das quatro vítimas, apenas ela e o passageiro, que gritava, estavam vivos, mas em condições severas de saúde. Diana estava “de joelhos no carro da Mercedes, com a cabeça baixa” e “inconsciente”.
“Graças à minha bolsa respiratória, ela conseguiu retomar um pouco de energia, mas não conseguia dizer nada”. Mesmo envolvido pela massa de paparazzi que fotografavam a cena, o profissional de saúde não percebeu quem era a vítima que estava tratando. “Sei que é surpreendente, mas eu não reconheci a princesa Diana. Eu estava no carro para dar assistência imediata. Percebi que ela era muito bonita, mas minha atenção estava tão focada no que eu precisava fazer para salvar sua vida, que não tive tempo de pensar em quem era essa mulher”.
A única coisa que disseram a ele no local do acidente foi que as vítimas falavam inglês. “Comecei a falar em inglês, disse que era médico e que tinha chamado a ambulância. Eu tentei confortá-la”, disse o médico, que lamentou o sofrimento da princesa nos momentos finais. Anos depois, Frederic percebe que provavelmente foi a última pessoa a falar com Lady Di.
“Foi chocante perceber que era a princesa Diana, e que ela tinha morrido”, desabafou o francês. A revelação aconteceu no hospital de Paris, poucas horas depois, onde ela foi declarada morta às 4 da manhã após quase duas horas de tentativas de reanimação. “Será que eu poderia ter feito algo a mais para salvá-la? Será que fiz corretamente meu trabalho?”, as duas perguntas assolam o médico até hoje. As memórias da noite terrível, segundo ele, voltam “toda vez que dirijo pelo túnel Alma”.
De acordo com a reconstrução do acidente, proposta pela Associated Press entre relatos de testemunhas e imagens de câmeras de segurança do trajeto que fizeram, as luzes da Torre Eiffel, prestes a se apagar em 15 minutos, podem ter sido a última coisa que Lady Di viu antes de partir. No local do acidente, a 13ª pilastra do túnel, resta um desenho do rosto de Diana, que simboliza a dor de tantos fãs até hoje.
