
Laika era uma cadela de rua e foi o primeiro ser vivo a viajar para o espaço. Laika é tida como heroína e deu nome a milhares de outras cachorrinhas pelo mundo. No entanto, embora não pareça, sua história é terrivelmente triste.
Laika, de cadelinha a porquinha da índia
Quando a corrida espacial começou, ninguém sabia quais seriam os efeitos da gravidade zero sob os seres vivos. Os cientistas estavam muito longe de saber que, no espaço sideral, a coluna vertebral se estica muito e o corpo perde massa muscular.
Os soviéticos tinham feito história em 1957 ao lançar o primeiro satélite artificial, o Sputinik 1, e queriam marcar a história novamente, enviando para o espaço o primeiro veículo tripulado, mesmo que fosse por um animal.

Foram selecionados três vira-latas das ruas de Moscou. Laika se destacou no adestramento e foi a escolhida para a nefasta missão. Era sabido que ela não voltaria com vida, já que ainda não existia a tecnologia necessária para recuperação de satélites, mas os soviéticos foram muito cautelosos ao falar sobre isso.
Laika foi adestrada para ficar quieta em um espaço confinado, enquanto alguns de seus sinais vitais eram monitorados. Supondo-se que a viagem da cachorrinha duraria vários dias, Laika foi treinada para comer alimentos desidratados e ricos em proteínas, que foram os precursores da comida espacial. Também a ensinaram a defecar em uma bolsa desenvolvida especificamente para isso.
Antes de Laika, outros animais foram cruelmente enviados para voos sub-orbitais

Laika não foi o primeiro mamífero cobaia do laboratório espacial. Em 1948, os Estados Unidos enviaram o macaco Albert a 63 km de altitude como único passageiro de um foguete alemão V2. Albert morreu por excesso de calor durante o voo.
Um ano depois, outro macaco, o Albert II, subiu a 134 km com segurança, mas morreu na volta, quando o foguete explodiu. Em 1951, a União Soviética (URSS) enviou os primeiros cães que voltaram com vida do espaço, Tsygan e Dezik.
Laika morreu sufocada

Laika partiu para o espaço sideral em 3 de novembro de 1957 a bordo da Sputnik 2. A princípio, sua morte foi rodeada de mistérios, para assegurar que não afetaria a imagem triunfante da URSS na corrida espacial.
A primeira versão oficial dizia que a cadelinha morreu seis dias depois da decolagem, ao ficar sem oxigênio. Somente em 2002 foi revelado que Laika morreu poucas horas depois de partir, por causa de um superaquecimento da nave.