Pode conferir: quando vemos a Lua em fases cheia ou nova, a maré está alta; quando as fases são crescente ou minguante, a maré baixa. Mas não é a Lua em si que determina o volume das águas no oceano, mas uma equação de forças gravitacionais que envolve o satélite terrestre, o Sol e a própria Terra.
Como a lua influencia as marés?
A posição do Sol e, principalmente, da Lua são determinantes para o movimento das águas. Muito pesado e com muita energia, o Sol tem uma imensa força gravitacional – é por isso que todos os planetas giram ao redor dele.

Como em nosso sistema os astros orbitas em rotas equatoriais (ou seja, em plano horizontal), o ponto onde se concentra a maior tensão gravitacional é bem na Linha do Equador.
Da mesma forma, a Terra tem força gravitacional suficiente para manter um satélite do tamanho da Lua em sua órbita. Ao girar em torno do nosso planeta, a Lua também atrai a Terra, mas com muito menos intensidade. A força gravitacional lunar é baixa para mover o corpo sólido da Terra, mas sua composição líquida – a saber, os oceanos – é impactada.
Maré alta, maré baixa
O movimento de rotação faz com que metade do planeta esteja sempre voltado para a Lua. Assim, o oceano que estiver de frente para o satélite estará em maré alta, assim como o lado exatamente contrário a ele. Nos intervalos entre as marés altas, claro, o volume de água é menor, portanto, maré baixa.
O fator Lua e Sol também é importante. Embora a força do satélite sobre a Terra seja mais de duas vezes maior que a da estrela, juntos eles resultam em marés muito mais poderosas. É o que ocorre nas marés vivas ou sizígia (fases nova e cheia), o oposto das marés mortas ou de quadratura (fases minguante e crescente):

Maré de acordo com as fases da lua
Lua nova: Sol, Terra e Lua estão alinhados e somam, portanto, suas forças gravitacionais na linha equatorial. É a fase na qual a maré é mais alta;
Lua minguante: em contraposição, as forças de Sol e Lua praticamente se anulam, impactando pouco o volume das águas nos oceanos que estão com a maré alta. É a fase em que a maré é menos acentuada;
Lua cheia: os três astros voltam a se alinhar, e o resultado são marés fortes, intensas;
Lua crescente: Sol e Lua foram ângulo de 90 graus em relação a Terra e, portanto, dissipam suas atrações gravitacionais.
Correntes marítimas também sofrem efeito
Outro fator colabora para o volume das marés. Trata-se do movimento das correntes marítimas, que influenciam também que tipo de água ocupa o oceano, pois movimenta porções de água que podem ter diferentes níveis de salinidade, de temperatura e de velocidade.
Dois fatores determinam a formação dessas correntes. Um deles é, novamente, a rotação da Terra: por inércia, a água fica parada mesmo quando o planeta gira; mas, na prática, é como se estivesse se movimentando no sentido contrário. Outro fator é a temperatura: as águas muito quentes do Equador trocam de posição com as gélidas correntes polares.

Como medir as marés
O coeficiente de marés tem gradação até 120 níveis. Quanto maior este coeficiente, maior a amplitude da maré, ou seja, a diferença entre o ponto mais alto da água e o mais baixo – em termos técnicos, a praias-mar e a baixas-mar.
A previsão da amplitude das marés é feita a partir de séries de dados obtida por mareógrafos em anos anteriores, baseados na aplicação do algoritmo criado pelo cientista M. G. G. Foreman, em 1977, no “ Manual de análise e previsão de altura das marés” [tradução livre].
No Brasil, a maior amplitude de maré registrada foi de 8 metros, em São Luís, no Maranhão. No mundo, a primeira no ranking é a Baía de Fundy, no Canadá, que atingiu 17 metros.
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