Desde que foi descoberto, em 2008, o planeta WASP-12b intriga os cientistas. Mas só agora, quase 10 anos depois, é que equipamentos do telescópio Hubble conseguiram desvendar mais informações sobre o corpo celeste que a equipe de pesquisa não esperava: ele é capaz de absorver até 94% da luz que recebe.
WASP-12b reflete menos luz que asfalto
Com a ajuda dos equipamentos de espectrografia da telescópio, pesquisadores da universidade de McGill, no Canadá, calcularam o albedo do planeta, que por estar fora do nosso sistema solar é categorizado como exoplaneta. Albedo é o número que se dá à capacidade de um corpo refletir luminosidade.
“A medida do albedo de WASP-12b é 0,064. Esse é um valor extremamente baixo, fazendo o planeta ser mais escuro que asfalto” (0,04), declarou a um comunicado à imprensa o cientista Taylor Bell, autor principal do estudo. Para se ter uma ideia, nossa lua tem um albedo de 0,12. Ou seja: a capacidade da lua refletir qualquer luz que incide sobre ela é o dobro do que a do exoplaneta.

Como é o planeta escuro descoberto pelo Hubble
Situado a 1,4 mil anos-luz da Terra, o planeta estudado recebe luz de uma estrela maior que funciona como se fosse o sol daquele sistema – a WASP-12A. Desde sua descoberta, se tornou um dos exoplanetas mais estudados, mesmo estando longe o suficiente para o Hubble conseguir tirar uma foto.
- Por estar muito próximo de seu sol, um ano em WASP-12b dura o equivalente a um dia na Terra.
- Se trata de um gigante gasoso com uma medida de raio com o dobro do de Júpiter – maior planta do sistema solar com raio de quase 70 mil quilômetros.
- Até por conta disso, está na categoria de planetas chamados de “Júpiter Quente”, dada a exoplanetas parecidos com Júpiter mas que orbitam mais próximos de suas estrelas.
- De tão próximo que está à sua estrela, a gravidade é tão forte que acabou “achatando” o planeta até deixá-lo com forma oval.
- A temperatura média durante o dia em WASP-12b é de 2.600ºC – é tão quente que a atmosfera não consegue formar nuvens.
O que causa a escuridão em WASP-12b
Até o momento, os cientistas canadenses especulam que as condições atmosféricas e a alta temperatura expliquem o baixo albedo do exoplaneta. Ao que tudo indica, é tão quente por lá que as moléculas de hidrogênio se separam e formam hidrogênio atômico.
Isso faz o WASO-12b apresentar uma atmosfera mais parecida com a de estrelas de menores do que de um planeta propriamente dito. “Isso leva ao baixo albedo do exoplaneta. A alta temperatura também é a explicação mais provável”, informa o comunicado.
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