Foram descobertos mais de 8 milhões de cães mumificados no Egito

Os arqueólogos, em especial os egiptólogos, têm a árdua tarefa de reconstruir e compreender as civilizações passadas, algumas extremamente importantes para a história.  Apesar das dificuldades, de vez em quando os arqueólogos fazem incríveis descobertas, como encontrar mais de oito milhões de múmias de cães de diferentes espécies, desde filhotes a cães adultos.  O descobrimento se deu nas catacumbas adjacentes a um templo de Anubis, o deus que representava a morte para os egípcios e tinha cabeça de cachorro e corpo de homem.

O templo de Anubis

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O culto aos animais no antigo Egito é bem documentado: a maioria sabe da fascinação que esta civilização tinha pelos felinos. No entanto, não se sabe muito sobre a mumificação de animais.

Um novo estudo narra as crônicas das catacumbas de Anubis, localizada ao norte de Saqqra, desde a antiguidade (664 a 332 a.C) até os tempos modernos.
Se viajar no tempo, o templo de Anubis estará localizado em Menfis, uma das cidades mais importantes do antigo Egito. Os pesquisadores creem que a área era muito concorrida, lotada de gente que apoiava o culto aos animais. Tanto sacerdotes como comerciantes e até criadores de animais cruzavam os cães para sacrificá-los como oferendas aos deuses.

As catacumbas caninas

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Em 1817 as catacumbas caninas foram documentadas pela primeira vez, mas elas só começaram a ser escavadas há pouco tempo, o que desencadeou em uma incrível descoberta. O corredor principal possui 173 metros de comprimento e é ladeado por várias passagens, algumas delas chegando aos 140 metros. Acredita-se que as catacumbas foram construídas no século IV a.C.

A maioria das múmias se desintegrou com o passar do tempo, mas, de qualquer forma, ficou claro que o culto era parte importante da economia egípcia. Alguns dos cães mais velhos foram enterrados de forma incrivelmente elaborada, o que indica que estes rituais eram realmente significativos.

Curiosamente, a grande maioria dos cães mumificados tinha apenas algumas horas ou dias de vida. Os cientistas creem que eles morreram por desidratação e/ou inanição, já que não foram encontradas evidências de golpes ou feridas.