As redes sociais são um labirinto que pode levar a diferentes caminhos. A forma como se usa o Facebook, por exemplo, é determinante para que a rede social desperte sensações boas ou ruins no usuário.
Por um lado, pode estreitar laços com pessoas queridas e fortalecer amizades. Mas pode também comprometer o humor e se tornar um fator até para o surgimento de uma depressão.
Já há diversas pesquisas e estudos científicos que observam o comportamento dos usuários de Facebook e destacam seus efeitos emocionais positivos e negativos. Um desses trabalhos identificou que uma atividade que muita gente faz tem relação imediata com a queda nos índices de autossatisfação: xeretar a vida dos outros faz muito mal à qualidade do humor e até desperta inveja.
Fuçar o Facebook alheio faz mal
Bisbilhotar a vida dos outros é um hábito ruim mesmo no Facebook, onde as pessoas postam apenas aquilo que elas querem – ou seja, mascaram a vida real.
Este é o resultado de um estudo produzido pela Universidade de Michigan e publicado no jornal da American Psychological Association. A conclusão foi de que consumir informação passivamente na rede social faz as pessoas se sentirem mal.
No experimento, estudantes foram divididos em dois grupos. O primeiro poderia interagir e trocar mensagens na rede social, enquanto o segundo apenas observaria as postagens alheias, ambos durante 10 minutos. Ao fim, a avaliação foi de que a experiência comprometeu, e muito, o humor do segundo grupo e não só piorou o índice de bem-estar afetivo como ainda aumentou o sentimento de inveja.
O resultado confirma outro estudo, produzido pelas universidades de San Diego e Yale e publicado no American Journal of Epidemiology. Nesta pesquisa, foram avaliados comportamentos de mais de 5 mil usuários de Facebook e analisadas as seguintes medidas: atividades na rede social, interações sociais reais offline, saúde física, saúde mental e autodeclaração de felicidade.
A conclusão objetiva é de que passar muito tempo envolvido em sua linha do tempo está negativamente ligada ao bem-estar. “As associações negativas de uso do Facebook foram comparáveis ou maiores em magnitude do que o impacto positivo das interações offline”, afirma o texto.
Usar o Facebook do jeito “certo”
Há dois fatores, contudo, que podem fazer da experiência nas redes sociais algo positivo: se relacionar com pessoas e melhorar a autoestima.
A análise sobre a opinião de 1.910 usuários de Facebook produzida pela Carnegie Mellon University e publicada no Journal of Computer-Mediated Communication afirma que a comunicação direta e o estreitamento de laços sociais fazem do Facebook uma potencial ferramenta para ser mais feliz.
“Esses resultados sugerem que as pessoas obtêm benefícios da comunicação on-line, desde que venha de pessoas que se preocupam e tenha sido moldada para elas”, diz o artigo.
O Facebook pode ser muito importante no processo de autoafirmação e de autoestima, embora tenha uma armadilha. É o que defende o artigo escrito por pesquisadores da Universidade de Cornell e publicado pelo Personality and Social Psychology Bulletin.
Neste trabalho, foram cruzados dois experimentos que permitiram concluir que a formação do perfil na rede social satisfaz uma necessidade de autoestima dos usuários, cumprindo uma função psicológica importante. O porém é que, quando o perfil online sofre alguma crítica que fere o ego do indivíduo, pode levá-lo inconscientemente a viver em função do Facebook muito mais do que o desejável.
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