Índios da Amazônia podem ser ancestrais de povos da Oceania

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A maioria dos livros de História do Brasil dá como ponto de partida de nossa civilização o ano de 1500. O pouco que se sabe de nossos ancestrais mais antigos está conectado às civilizações incas, maias e africanas. Uma nova evidência, porém, mostra que a ancestralidade dos índios pode estar atrelada aos povos que viviam na Oceania.

Estudos genéticos apontam que, há mais de 15 mil anos, povos de territórios hoje correspondentes à Austrália, Nova Zelândia e Papua Nova Guiné teriam migrado em massa para a Amazônia (que, além do Brasil, também abrange Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Suriname e as duas Guianas).

Os cientistas analisaram o DNA de 30 grupos de americanos nativos das Américas do Sul e Central e quase duas centenas de não-americanos pelo mundo. Essa análise foi realizada após acharem esqueletos no Brasil com características diferentes das que se associaria aos nossos povos ancestrais. Descobriu-se que a maior parte desses americanos têm ancestralidade com povos da Ilhas Andamão, Golfo de Bengala, Papua Nova Guiné e regiões indígenas da Austrália.

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Esse ‘parentesco’ é mais acentuado na região da América do Sul. Pontus Skoglund, geneticista da Universidade de Harvard e principal autor de artigo sobre o assunto na Nature, ficou surpreso: “A maioria dos estudos genéticos até agora basicamente acreditava que norte e sul-americanos vinham da mesma linhagem ancestral. Não foi o que descobrimos – descobrimos um cenário mais complicado”.

Ainda não há detalhes precisos de quando os povos do outro lado do Oceano Pacífico imigraram para o nosso continente, nem qual foi o motivo. Mas os pesquisadores acreditam que os primeiros a explorarem a região amazônica podem ter vindo da Beríngia, região que ligava o Alasca à Sibéria.

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