Nova descoberta de água em Marte torna o planeta ainda mais habitável para humanos

Que Marte tem água, já não é nenhuma novidade. Grandes calotas de gelo subterrâneo foram identificadas nos polos do planeta desde um anúncio da Nasa em 2015. Mas, agora, cientistas encontraram evidências fortes de que há muito gelo debaixo da camada rochosa superficial marciana também na porção equatorial do planeta.

De acordo com o anúncio da descoberta, promovido pelo Laboratório de Física Aplicada da Universidade John Hopkins, esta nova informação pode ser fundamental para o planejamento de uma exploração humana em Marte.

A quantidade elevada de água no equador do planeta, que é a parte mais adequada para sediar uma colônia humana, teria duas funções: servir para o consumo direto dos seres vivos e tornar-se matéria-prima para a produção de hidrogênio combustível.

Medição de nêutrons encontrou água

O líder do projeto, o pesquisador Jack Wilson, se debruçou sobre os o dados coletados entre 2002 e 2009 pelo medidor de espectrômetro de nêutrons da nave espacial Mars Odyssey, da Nasa. O aparelho de medição consegue registrar os nêutrons de qualquer elemento químico.

Wilson seguiu um procedimento diferente do usual e conseguiu abordar com alta nitidez imagens mais aproximadas de Marte – reduziu a distância de captação das imagens de 520 km para 290 km.

Assim, a equipe teve uma surpresa: encontrou grandes quantidades de hidrogênio, elemento que compõe a água, sob o solo marciano. Esse achado permite presumir com boa margem de certeza que existem lá água e outras substâncias portadoras de oxigênio.

Isso significa, basicamente, que há muito gelo enterrado no planeta.

NASA

Ainda não se sabe como gelo chegou ali

Inicialmente, a descoberta foi uma surpresa para os cientistas. Acreditava-se que os nêutrons observados pelo aparelho se tratassem de minerais hidratados, uma vez que parece absolutamente improvável que o gelo da água seja termodinamicamente estável a tais profundidades.

“Talvez o registro de água possa ser explicado como extensos depósitos de sais hidratados, mas como esses sais hidratados chegaram a essa formação também é difícil de explicar”, disse Jack Wilson em comunicado. “Então, por enquanto, isso continua sendo um mistério digno de um estudo mais aprofundado – e Marte continua a nos surpreender”, concluiu.

Vida em Marte