Uma combinação de rochas, água e muito calor é a fórmula da Terra para a fabricação da lava vulcânica. Na verdade, enquanto o líquido espesso, vermelho e extremamente quente está debaixo da superfície do planeta é chamado de magma e só após romper a crosta terrestre superficial (ou litosfera) é que se converte definitivamente em lava.
Como é produzida a lava vulcânica?
O centro da Terra é muito mais quente do que sua superfície. Bem no núcleo do planeta, chega-se a até 6.000 °C. Mas nem precisa de tanto para derreter as rochas que compõem a camada externa do globo.
Assim, as placas tectônicas se movimentam constantemente sobre uma camada “gelatinosa” de material geológico fundido, entre 15 e 150 km abaixo de nossos pés e entre 600 °C e os 1250 °C de calor. Este é o magma, em sua formação original.
Conforme as placas tectônicas dançam, composições rochosas sobem e descem umas sobre as outras. As que descem, esquentam e derretem, formando mais magma e aumentando a pressão já natural que o centro da Terra exerce. Acontece que além de rocha, esse movimento tende também a levar água para o caldeirão subterrâneo, ingrediente fundamental para formação da lava.

Como se forma o vulcão? Água é a faísca
Há dois tipos principais de vulcões. O mais comum é o explosivo. Este formato de vulcão aparece nos pontos de encontro das placas tectônicas – a região do globo no qual são mais recorrentes é conhecida como Cinturão de Fogo, nos limites do oceano Atlântico.
Neste tipo de vulcão explosivo, o elemento que dá a faísca para sua erupção é, curiosamente, a água. Quando as placas tectônicas se movimentam, principalmente quando ocorre choque entre elas, a água desce em direção ao centro da Terra e se funde com a rocha derretida. No entanto, conforme a lava sobe naturalmente, formam-se bolhas de vapor de água que são mais leves e ascendem com mais rapidez e pressão.
Assim, o vapor da água mega aquecida faz pressão exatamente na divisão entre as placas tectônicas, local onde a litosfera é mais frágil. Quando consegue romper a camada mais superficial de rochas, explode. Claro, seguido de muita lava – em vulcões explosivos, saem muitos gases e poeira e um tipo de lava mais sólida, até 100 mil vezes mais viscosa que a água.
No caso dos vulcões não explosivos, como os do Havaí, por exemplo, a formação é mais simples, mas não menos perigoso. No meio das placas tectônicas abrem-se fissuras na crosta terrestre, resultado de falhas na formação rochosa.
Nestas brechas, a pressão da Terra empurra o magma para cima – quando jorrada na superfície, a lava é mais líquida e incandescente, ou seja, espalha rápido e queima tudo que toca.

Vulcões no Brasil
Hoje estamos completamente livres de qualquer tipo de vulcão. Mas o Brasil já abrigou a região do planeta com maior atividade vulcânica por duas vezes. Há 2 bilhões de anos, a Amazônia foi um gigante e muito ativo campo de vulcões – algumas formações vulcânicas continuam por lá, mas cobertas por quilômetros de sedimentos. Um deles foi ativo até “recentes” 2 milhões de anos atrás.
Outro momento de intensa atividade vulcânica em território nacional foi há 150 milhões de anos. Uma enorme fissura na placa tectônica se abriu entre a Argentina e o Mato Grosso e muita lava escorreu de lá, a ponto de cobrir o continente da cidade de Santos até a Cordilheira dos Andes.
Grandes vulcões
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