
A poesia brasileira tem nomes do mais alto gabarito. Do parnasianismo ao modernismo, os últimos dois séculos criaram a identidade brasileira em versos.
Conheça a minibiografia dos 15 poetas mais relevantes da história do Brasil: (em ordem alfabética)
Adélia Prado
Mineira de Divinópolis, Adélia Prado nasceu em 1936. Recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura na categoria Poesia em 1978 por “O Coração Disparado”. Destaca-se pelos poemas que valorizam a mulher e falam da fé cristã.
Augusto dos Anjos
Augusto dos Anjos morreu jovem, aos 30 anos, em 1914. Ficou conhecido por suas inovações temáticas e de estilo. Era chamado de “Poeta da Morte” devido á obsessão pelo tema. Teve apenas um livro publicado em vida: “Eu”.
Carlos Drummond de Andrade
Mineiro de Itabira, viveu no Rio de Janeiro por muitos anos. Morreu aos 84, em 1987. Apostou em versos livres (sem métricas) e linguagem objetiva em sua obra. Tinha características modernistas e abusou de ironia e sarcasmo.
Castro Alves
Um dos poetas a viver menos no Brasil, morreu aos 24 anos, em 1871. É um dos importantes poetas do condoreirismo, terceira fase do romantismo. Tinha fortes ideais políticos e escreveu contra a escravidão. Infelizmente morreu antes de ver a Lei Áurea ser assinada em 1888.
Cecília Meirelles
Carioca, também atuou como jornalista e professora. Morreu em novembro de 64, pouco depois do golpe militar que instaurou a ditadura no Brasil, aos 63 anos. Ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras com “Viagem”. Teve a obra toda reconhecida com o Prêmio Machado de Assis.
Ferreira Gullar
Ativo pensado brasileiro, nasceu em São Luiz, no Maranhão, e está com 85 anos. Sua obra é marcada, principalmente, pelas questões sociais e políticas. Foi, inclusive, exilado durante a ditadura militar. Revolucionou a poesia com o neoconcretismo. Um de seus escritos mais importantes é “Poema Sujo”, escrito quando morava na Argentina.
Gonçalves Dias
Poesta da primeira fase do romantismo brasileiro, morreu aos 41 anos, em 1864. Suas obras dse destacaram pelo caráter indianista. Idealizou os índios e destacou as paisagens brasileiras. Alguns de seus principais poemas são “Canção do Exílio”, “Os Timbras” e “I-Juca Pirama”. Alguns versos de Canção do Exílio, inclusive, estão no Hino Nacional Brasileiro.
João Cabral de Melo Neto
Poeta da geração de 45 do modernismo nacional, morreu em 1999, aos 79 anos. Usava o rigor formal e a estruturação fixa em sua obra, que continha características surrealistas. Pernambucano do Recife, morou no Rio de Janeiro e em diversos países, pois foi, também diplomata.
Jorge de Lima
Alagoano, nasceu em 1893 em União, perto da Serra da Barriga, onde Zumbi inaugurou seu famoso quilombo. Foi médico e ocupou cargos públicos. Nos anos 20 publicou livros de destaque, como “O Mundo do Menino Impossível” e “Essa Negra Fulô”. Depois de converter-se ao catolicismo, sua obra ganhou forte cunho religioso. Destacam-se nesta fase “Tempo e Eternidade”, “Invenção do Orfeu” e “Livro dos Sonetos”.
Manuel Bandeira
Um dos principais destaques do modernismo brasileiro, teve uma de suas poesias, “Os Sapos”, declamada na abertura da semana de arte de 1922. Foi membro da Academia Brasileira de Letras. Começou na poesia parnasiana, mas depois a criticou. Foi professor de literatura e sofreu nos últimos anos de vida com a tuberculose, angústia que levou para seus últimos escritos.
Manoel de Barros
Nascido em Cuiabá em 1916, morreu em 2014, aos 98 anos. Foi apontado por Carlos Drummond de Andrade certa vez como o maior poeta brasileiro vivo. Barros pertence à terceira geração modernista, de 45, seguindo as características de menor apego estético e mais apuro com as letras. Venceu o Prêmio Jabuti duas vezes, em 1990 e 2002, com as obras “O guardador de águas” e “O fazedor de amanhecer”, respectivamente. Teve livros traduzidos e publicados na Espanha, nos Estados Unidos, na França e em Portugal.
Mário Quintana
Gaúcho de Alegrete, morreu em 1994 em Porto Alegre, aos 87 anos. Pertence à segunda geração modernista e destacou-se pela genial simplicidade dos seus textos. Dizia que contava sua vida por meio de seus poemas, nos quais fazia confissões. Bateu na trave de entrar para a Academia Brasileira de Letras, fato que transformou em piada. Recebeu o Prêmio Machado de Assis e o Prêmio Jabuti de Personalidade Literária do ano em 1981.
Olavo Bilac
Destacou-se por seu papel na literatura parnasiana. Morreu aos 53 anos, em 1918. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Republicano e nacionalista, fez a letra do “Hino à Bandeira”. Destacou-se pela estética dos versos e pela métrica. Seus sonetos de maior destaque são “Via-Láctea” e “Profissão de Fé”.
Raimundo Correia
Maranhense, morreu aos 52 anos, em 1911, em Paris (França). Seu soneto mais conhecido é “As Sombras”, do livro “Sinfonias”, que teve prefácio de Machado de Assis. Paranasiano, sua obras tratavam de mitologia e civilizações remotas ou extintas. Foi promotor de Justiça, Juiz e ocupou outros cargos públicos como a diretoria da Secretaria de Finanças de Ouro Preto (MG).
Vinícius de Moraes
Conhecido como poetinha, nasceu (1913) e morreu (1980) no Rio de Janeiro, aos 67 anos. Formou-se em direito em 1933, no mesmo ano em que lançou seu primeiro livro de poesias, “O Caminho para a Distância”. Foi censor cinematográfico, estudou em Oxford, na Inglaterra, e voltou ao Brasil o começo da Segunda Guerra Mundial. Foi cônsul em diversos países. Nos anos 60 começou a compor com músicos de alto quilate, como Carlos Lyra, Pixinguinha e Baden Powell. Depois tornou-se grande parceiro de Tom Jobim e Toquinho. Casou-se quatro vezes.