Até bem recentemente, a ciência tratava o óvulo como uma entidade secundária na fertilização, como se fosse uma célula que apenas esperava pelo melhor espermatozoide.
No entanto, um estudo realizado pelo Pacific Northwest Research Institute, nos Estados Unidos, descobriu que o óvulo não é uma célula passiva. Muito pelo contrário: ele é capaz de escolher ou rejeitar os espermatozoides de acordo com a carga genética e adaptabilidade do gameta masculino.
É quase como se o óvulo avaliasse meticulosamente a identidade do espermatozoide. Ele participa ativamente da fertilização, sempre pronto para decidir “quem pode ou não entrar”.
O óvulo escolhe o espermatozoide
A corrida de pequenos e ágeis espermatozoides para fertilizar o óvulo é uma imagem bastante conhecida, mas apenas recentemente os pesquisadores descobriram que o óvulo está longe de ser uma célula dócil durante o processo reprodutivo.
De acordo com o cientista Joe Nadeu, responsável pelo novo estudo, a participação da célula feminina promove uma “fertilização geneticamente enviesada”.
Em entrevista concedida ao site especializado Quanta Magazine, Nadeau explicou que, segundo as evidências, o óvulo atua como um recrutador e elimina os espermatozoides com genes inadequados para garantir que a fertilização seja a mais saudável possível.
A fertilização, portanto, não é um evento aleatório: o óvulo pode preferir ou evitar determinado espermatozoide. Isso leva a seleção sexual no nível celular a um novo nível. “É o equivalente a escolher um parceiro. Tão importante quanto se você quiser ter um relacionamento para toda a vida”, explicou o pesquisador.
Para chegar a esses resultados, Joe Nadeau fez experiências com ratos de laboratório: ele selecionou fêmeas saudáveis, mas dividiu o grupo de machos em dois: a primeira parte abrigava ratos saudáveis, enquanto a segunda era composta por indivíduos com genes propensos a desenvolver câncer testicular, com grande probabilidade de ser hereditário.
Nas ninhadas do primeiro grupo surgiram crias com genes aleatórios e desempenho regular. No segundo grupo, Nadeau e sua equipe observaram que apenas 27% dos descendentes carregavam o gene mutante do pai. Um achado importante, dada a estimativa tradicional de 75%, inicialmente considerada como variação genética média.
Fertilidade
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Original Author: Nathália Geraldo Original Author URL: https://www.vix.com/pt/users/nathalia-geraldo
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