Se você for a qualquer estabelecimento e na hora de pagar a conta te disserem “pague o quanto você achar justo”, vai achar que se trata de uma piada.
No Preto Café, que será inaugurado em 25 de julho em São Paulo, esta será a realidade. Os sócios, cansados do boom da “gourmetização” e dos altos preços cobrados por produtos e serviços que não valem tudo isso, resolveram abrir um modelo de negócios diferente.
Ao entrar no estabelecimento, os clientes verão uma lousa com diversos valores, mas nenhum deles será referente ao cardápio e sim a todos os custos para manter o lugar em pé: do IPTU ao salário dos sócios. De acordo com isso, a clientela faz os cálculos e decide o quanto quer pagar.
Apesar de bastante inovador, o modelo de negócios já existe no Brasil com o Curto Café, que funciona há dois anos no Rio de Janeiro e com o Instituto Chão, mercado e mercearia orgânica que funciona em São Paulo desde maio.
Muito além da revolta contra a onda gourmet, estes estabelecimentos querem discutir os impostos que fazem com que a gente tenha que pagar muito por pouca coisa e implementar a sustentabilidade no mundo dos negócios.
O lucro fica em segundo plano já que, segundo pesquisas, o público brasileiro tende a não contribuir com um valor justo como em outros lugares do mundo.
No Instituo Chão, alimentos orgânicos são vendidos a preço de custo, coisa raríssima de se ver na capital paulista. No entanto, de acordo com os sócios do local, muitas pessoas vão até lá só para gastar menos e não pela causa.