Pesquisas revelam que a cafeína ajuda a combater depressão

Depois de 15 anos, estudos estão confirmando que a cafeína pode proteger o cérebro de danos causados pelo estresse, que podem levar problemas de depressão e deterioração da memória em indivíduos adultos.

É a Universidade de Coimbra, em Portugal, que investiga os graus de influência da cafeina na saúde humana.

Os resultados foram divulgados no 9º Congresso Mundial de Neurociência da Organização Internacional de Pesquisa do Cérebro (IBRO, em inglês), no Rio de Janeiro.

Parte das descobertas também revelaram que, em grávidas, o consumo pode atrapalhar o desenvolvimento do cérebro do bebê e representar fator de risco para doenças como epilepsia.

Testes realizados com amostras equivalentes a duas e três xícaras de café por dia mostraram que a cafeína atua na diminuição dos sintomas depressivos.

O estudo completo foi publicado no periódico científico “Proceedings of National Academy of Sciences”, nos Estados Unidos, e teve a participação de brasileiras, alemães e norte-americanos.

Isso acontece porque a cafeína consegue se ligar a um receptor celular chamado A2A e bloquear a ligação do receptor com a chamada adenosina, responsável por fazer nosso sistema cerebral trabalhar mal, causando cansaço e hiperirritabilidade.

O que já foi constatado

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Os estudos foram realizados em camundongos e ainda não foram feitos testes diretamente em humanos, mas as equipes de pesquisa estão esperançosas.

Os ratos foram submetidos a situações de estresse crônico que levam ao quadro depressivo: agitar a caixa onde eles estavam, privá-los de comida durante algum tempo, banhos de água fria e choques nas patas.

Para confirmar o quadro depressivo, vários testes foram realizados como colocar o rato em uma situação de nado forçado. Em condições normais, o camundongo tenta escapar de qualquer jeito. Mas, quando deprimido, ele desiste e começa a boiar. Medições de substâncias relacionadas à depressão também foram realizados, como o nível do corticosteroide, o hormônio do estresse.

Depois de constatados os fatores indicativos de depressão nos animais, eles foram tratados com a cafeína e os resultados demonstraram melhora dos sintomas de depressão.

Ainda não há um consenso sobre qual é o limite diário de segunça para o consumo da cafeína, presente em diversas bebidas, como chá, refrigerantes, chocolates e bebidas energéticas.

Alguns relatório falam que o consumo de quatro xícaras em um adulto de 70kg já representa risco de saúde. Para gestantes, o valor é menor ainda. Mas estudos ainda estão sendo realizados.

Pesquisas ainda apontam para o benefício do consumo da substância para evitar o desenvolvimento do Alzheimer, também ligados aos receptores da adenosina.