Buraco gigante localizado no nordeste da Sibéria, que cresce de 10 a 30 metros por ano, é fonte de uma crença curiosa dos russos que moram na região: para eles, a chamada Batagaika é uma passagem direta para o inferno.
Fato é que, para os cientistas a abertura com cerca de 1km de extensão e 85 metros de profundidade revela um aspecto geográfico importante para o entendimento da história da formação do planeta, e também para observar como o clima interfere no terreno e o que o futuro reserva.
Os estudos sobre a cratera gigante do Instituto Alfred-Wegener, em Potsdam, na Alemanha, conseguiram mostrar as mudanças do clima da região nos últimos 200 mil anos, e revelaram que a região era uma floresta cheia de árvores e diversos animais, como cavalos e mamutes.
Cratera Batagaika: por que ela não para de aumentar?
Um dos motivos do crescimento do buraco, que é uma espécie de erosão do solo, é o desmatamento na região, que deixou o local sem proteção do sol. Então, a cratera cresce todos os anos porque fica em cima da tundra, um solo que está constantemente congelado, e que está derretendo pouco a pouco por causa do aquecimento global, como explica um estudo publicado na revista científica Nature.
E parece um ciclo sem fim. Primeiro, porque o aquecimento leva a mais aquecimento, uma vez que o derretimento do gelo faz com que o carbono local fique exposto a microorganismos, que produzem dióxido de carbono (CO2) e causam o efeito estufa. Segundo, porque ainda não se encontrou algo que possa frear o crescimento da cratera.
Mais sedimentos ainda devem ser coletados do local para entender o resfriamento e o aquecimento do solo na última era do gelo. Em conjunto com as observações feitas por satélites, as descobertas podem ajudar a entender como exatamente a cratera se expande, um processo que também acontece em outras regiões, desde o Alasca até partes da Europa e da Ásia.
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