A descoberta dos planetas e estrelas é algo mais antigo que a invenção da escrita. Estima-se que há cinco milênios os sumérios, que viviam na Mesopotâmina (região onde hoje é o Iraque), notaram que havia diferenças entre o comportamento de alguns corpos celestes: cinco deles não se moviam no céu. Assim, nasceu a ideia de planeta.
Os cinco planetas visíveis a olho nu são Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, os quais os sumérios acreditavam serem deuses. Assim, foram batizados com nomes de divindades que teriam alguma relação com eles.
Na Roma Antiga, onde era tradição incorporar elementos das culturas estrangeiras, a ideia de batizar planetas com nomes de deuses pegou. Veja a seguir a lista dos planetas.
Nomes dos planetas
Cada um dos planetas do Sistema Solar recebeu o seu nome devido suas características celestes. Veja a seguir:
Mercúrio
Na Roma Antiga, o deus Mercúrio era o deus mensageiro, dotado de velocidade para levar e trazer mensagens e mercadorias. Por isso batizou o planeta “mais rápido” do Sistema Solar: leva apenas 58 dias para completar uma volta no Sol.

Vênus
O planeta não raramente é o ponto mais brilhante à noite (além da Lua). Tanto brilho e tanta beleza motivaram os romanos a nomeá-lo em homenagem à deusa da beleza, Vênus – na Grécia Antiga, é correlata à deusa Afrodite.

Terra
Terra vem de terra, chão, solo mesmo. Mas há um toque de divindade no nome de nosso planeta. A deusa Telo representava a terra entre os romanos e foi o termo que motivou que, nas língua latinas, Terra se chamasse… Terra – e a expressão “mãe Terra” vem desde aquele tempo, em “Tellus Mater”.

Marte
A vívida cor vermelha de nosso planeta vizinho foi a razão principal de seu nome. A cor é associada ao sangue e, por sua vez, à guerra. O deus Marte, na Roma Antiga, respondia pelos temas bélicos e, portanto, batizou o planeta vermelho.

Júpiter
O deus Júpiter, na Roma Antiga, era equivalente a Zeus, na Grécia: o maior e mais forte deus entre todas as divindades. O nome caiu bem para o planeta, afinal é, de longe, o maior de todos no Sistema Solar.

Saturno
Na mitologia romana, Saturno é o deus do tempo e por isso foi o escolhido para batizar o planeta: até então, de todos os planetas visíveis a olho nu, Saturno era o que levava mais tempo para completar uma volta no Sol, pouco mais de 29 anos.

Urano
Descoberto apenas em 1781, Urano é o único planeta cujo nome homenageia um deus grego. Foi o primeiro encontrado com suporte técnico de um telescópio e, por isso, foi nomeado da mesma forma que o deus dos céus da primeira mitologia ocidental.
Netuno
O planeta, que tem coloração azul mais vibrante que a Terra, foi descoberto nos céus em 1846. Dada o tom forte azulado que os cientistas encontraram, deram a ele o nome do deus dos mares romano, Netuno.

Plutão (planeta anão)
O menor e mais novo (descoberto em 1930) dos planetas do Sistema Solar não é mais um planeta desde 2006, quando foi rebaixado à condição de planeta anão.
Mas seu nome segue o mesmo padrão: devido sua longa trajetória orbital (248 anos) é escuro o tempo todo, portanto recebeu o nome do deus romano do submundo, Plutão.

Lua (satélite)
A Lua tem um caminho oposto: ela é quem batizou uma deusa. Na Roma Antiga, a Lua era por si só uma divindade. Entre os romanos, a deusa que representava o satélite terrestre chamava-se Luna – na Grécia Antiga atendia pelo nome de Selene.

Sol (estrela)
O deus do Sol tanto na Grécia quanto na Roma antigas era Apolo. Mas havia outra representação: o Sol era representado por um deus no Olimpo, Apolo, mas também por um titã poderoso, Hélio – por isso quando falamos em heliocentrismo, falamos sobre o Sol.
Em Roma, Apolo seguiu sendo Apolo e Hélio foi substituído pela figura do Sol, que se instituiu de vez quando o imperador Aureliano introduziu um culto oficial do Sol Invicto, que celebrava mais um solstício vitorioso para Roma.
Assim, Sol se tornou o primeiro deus oficial em Roma e seguiu representando a nossa estrela.

Nomes das estrelas
Identificar os planetas foi tarefa relativamente fácil, afinal são apenas sete (mais o planeta-anão Plutão) além da Terra em nosso Sistema Solar. Nomear as milhões de estrela no céu exige regras mais rígidas.
A primeira tentativa de uniformizar a nomenclatura das estrelas aconteceu em 1603, com o astrônomo alemão Johann Bayer. O astrônomo alemão usou letras gregas para nomear as estrelas de cada constelação na ordem de seu brilho – alpha era sempre a mais brilhante, beta a segunda e por aí adiante.
Como são apenas 24 letras no alfabeto grego, tentou-se misturar maiúsculas e minúsculas, letras do alfabeto latino e número.

Mas foi apenas em 1919 que uma convenção global definiu os nomes das estrelas de uma vez por todas. Criou-se a União Internacional dos Astrônomos (IAU), cujo objetivo era promover a cooperação entre astrônomos do mundo todo e, para isso, foi definido um critério de batizado para novas estrelas.
Hoje, os nomes são dados com uma sigla que mistura letras e números e é um padrão para todos os cientistas do mundo. É uma forma, também, de evitar associações políticas ou religiosas.
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