Mais uma promessa do Brasil nas Paralimpíadas de Paris, Janaína Petit, a Jana do vôlei sentado, se profissionalizava no vôlei convencional quando foi atropelada e se afastou do esporte por anos
Melhor atacante do vôlei sentado no mundo, Janaína Petit tem uma história de idas e vindas no esporte. Ela iniciou a carreira no vôlei convencional, em pé, mas sofreu um acidente que a afastou da modalidade. Mais de uma década depois, porém, ela recebeu um convite que mudaria sua vida – e, desde então, se dedica ao vôlei sentado, no qual se realizou.
História de Janaína Petit, do vôlei sentado
Aos 18 anos, Janaína Petit, mais conhecida como Jana, estava a caminho do clube paulista Pinheiros, onde jogava vôlei, quando sua vida mudou drasticamente. Na época, ela estava na transição das categorias de base para a profissional – e o sonho se interrompeu após um atropelamento.
O que sucedeu o acidente foi um longo período de internação. Devido ao atropelamento, ela passou por uma série de cirurgias e, por isso, perdeu boa parte da massa muscular das pernas de forma irrecuperável. Diante disso, ela não pôde mais praticar vôlei como antes – e, sem esperanças, chegou até a mudar de carreira.
Na época do acidente, Jana morava em São Paulo – e, depois, voltou para a terra natal, Varginha (Minas Gerais) para estudar. Pouco depois, ela começou a ser sondada pela seleção feminina de vôlei sentada, mas preferiu seguir com o plano de cursar Engenharia Civil. Ao recusar as propostas, ela afirmou que queria esquecer o esporte.
Volta de Janaína Petit ao esporte
Anos depois, porém, ela cedeu. Jana passou a reviver as lembranças ao aceitar de um treino sem compromisso em Suzano, interior de São Paulo, e não parou mais. Logo, ela foi contratada pelo Sesi – e, se destacando desde o início, acabou convocada pela seleção brasileira, onde se tornou capitã do time.
Não demorou para que Janaína Petit se tornasse uma das atletas mais notórias do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Em 2012, ela foi inclusive eleita como a melhor atleta do ano na modalidade, no mesmo ano em que disputou pela primeira vez uma Paralimpíada. Na época, o Brasil ficou em quinto lugar – mas, em 2016, no Rio de Janeiro, Jana e o time garantiram a primeira medalha da carreira com o bronze.
Agora, em Paris, o vôlei sentado é uma das grandes promessas de medalha do Brasil. Enquanto isso, Jana também é um dos grandes destaques entre os atletas brasileiros e, de acordo com o técnico da seleção feminina, Fernando Guimarães, ela lidera as meninas de maneira especial.
“Para mim, a Jana é a melhor jogadora do mundo. Vem do voleibol convencional, então tem bastante experiência. Só pelo fato de estar em quadra, já muda. Tem uma liderança muito positiva. Acalma e cobra as meninas”, declarou ele ao “Globo Esporte” sobre a atleta de 47 anos que chega em Paris com sede de medalha.
