Que vexame!

por | jun 30, 2016 | Notícias

Você entrou na sala sem bater e… ops! Seu chefe estava procurando o apontador de lápis entre os peitos da secretária. Detalhe: com o nariz. Você não sabe o que fazer, eles mudam de cor, e todo mundo quer morreeeeeer de vergonha. Acontece nas melhores empresas. Empresários, jornalistas, garçons, publicitários, estagiários então, nem se fala: seja qual for o seu status, você jamais estará livre de cometer ou presenciar uma gafe no seu ambiente de trabalho.

Adriana era estudante de publicidade e editora da Ligavídeo, uma empresa de filmagens e edição de Porto Alegre. Um dia, em meio a uma apresentação de um trabalho final para um cliente, sujou o cabeçote do vídeo. Ela prontamente comunicou ao dono, encarregado da manutenção dos equipamentos e… “Estávamos todos lá, sentadinhos, esperando o cara trazer a fita SVHS para limpar o vídeo. Quando ele a colocou para rodar, uma imagem indecifrável apareceu nos quatro monitores, ao mesmo tempo. A reação foi instantânea: eu e os dois clientes, num impulso, chegamos mais perto para enxergar melhor o que se passava na tela. Era um emaranhado de pêlos que se movimentava para cima e para baixo. Foi horrível: ele colocou por engano uma fita pornô gay. A imagem era de um barbudo chupando um outro cara. Eu não sabia onde me enfiar. Só lembro do meu chefe pulando por cima do meu ombro e apertando em todos os botões, nervosamente, dizendo: “ops, ops, peguei por engano a cópia para um outro cliente”. Ah-rãmm. É claro que ninguém acreditou, e ainda ficaram pegando no meu pé, perguntando como tinha sido editar aquela fita. Tiraram a maior onda. Isso aconteceu há mais de dez anos, mas nunca vou esquecer daquele dia.”

Não há uma fórmula certa para evitar gafes profissionais, mas depois da história a seguir, você pode ao menos tirar uma lição: não mexa em nada que não lhe pertence. Vitor Conceição, 26 anos, sócio-executivo do site www.novamusica.com.br, nos contou um mico sofrível: “Uma vez eu fui chamado pelo CIO da Globo (que era o chefe do chefe do meu chefe) pois ele queria que eu puxasse o projeto de Internet da Globo. Lá pelas tantas, tocou o telefone e ele foi atender. Eu, meio que sem ter o que fazer, fiquei olhando os livros na estante dele, e tinha um de cabeça para baixo, que eu fui tirar pra acertar e começou aquela avalanche de livros para o chão, a prateleira inteira caiu! Foi terrível.”

Restaurantes são fábricas de situações constrangedoras. Enquanto freqüentador eventual, você nem imagina o que se passa com quem está no olho do furacão, anotando pedidos, carregando pratos, fazendo malabarismos para melhor servir, sempre com um sorriso, de preferência. Nem que seja amarelo. Rodrigo Lima, de 27 anos, tem uma boa história. Ele era barman do Chez Michou, uma famosa e movimentada creperie do Rio. Durante umas férias, foi transferido para a filial de Búzios, também badaladíssima, e estava correndo feito louco para atender a todos os clientes. “Eu fui até a cozinha buscar os copos limpos, passando por dentro do balcão. A bandeja devia ter uns cinqüenta copos empilhados, um dentro do outro. No meio do caminho, a minha camisa prendeu sem querer em uma máquina de fazer gelo. Não preciso nem dizer que a bandeja voou das minhas mãos e eu derrubei todos os copos no chão. Como prêmio, fui vaiado por umas 200 pessoas, que estavam ali. Mais ou menos quatro vaias por copo.”

Vacilos em restaurantes não são exclusividade tropicalientes: direto de NY, Gilbert Ferri, 40 anos, que há dez trabalha como Maitre-D num bistrô de cozinha francesa no Upper East Side, nos mandou um e-mail contando uma ótima: “Era o meu primeiro dia de trabalho e eu queria causar uma boa impressão nos meus chefes, que estavam observando o meu desempenho através de uma micro-câmera acoplada em cima do armário do salão principal. Teoricamente eu não deveria saber que a câmera estava ali, mas os outros colegas já tinham me falado. Eu estava indo muito bem, até que chegou um grupo de senhoras idosas, cuja mesa de reserva ficava bem na mira da lente. Prontamente, eu puxei as cadeiras para que elas se sentassem, mas na última, eu me distraí e não vi a senhora se abaixando para sentar. Fiquei lá, com a cadeira na mão, enquanto a velhinha se estatelava no chão, de pernas pro ar. Até hoje, não sei como me contrataram.”

Muitas vezes o constrangimento vem por tabela. Este foi o presente que Ilka e Nina, duas publicitárias recém-contratadas, deram para o dono da agência Arte & Mídia. É a Ilka que nos conta: “A agência tinha um cliente que era um fabricante de biquínis. Nosso chefe lembrou do aniversário da dona da fábrica e ligou pedindo para a gente criar um cartão, comprar flores e mandar. Era nosso primeiro trabalho como dupla de criação e queríamos provar nossa genialidade. Tínhamos encontrado a aniversariante uma vez e achamos seu estilo meio chacrete, vulgar, super brega. Aí o que a gente fez? Bolamos um cartão maravilhoso, baseado numa piada que tínhamos ouvido: pegamos uma foto de um bundão num fio dental, uma vez que ela vendia biquínis, e escrevemos em letras garrafais: “Para o seu aniversário, nós contratamos duas bandas e um cu-juntinho pra tocar.” Compramos flores e enviamos. No outro dia, nosso chefe entra na sala gritando: “mas o que vocês fizeram?” Resultado: a mulher odiou, ficou ofendidíssima, e levamos o maior esporro!”

Quem trabalha dependente de telefone sabe que não é necessário estar presente fisicamente para querer desaparecer de vergonha. Lenita era assessora de imprensa, no Brasil, de Diane Schuur, a diva do jazz americano, que tinha na agenda um espetáculo no Canecão no Rio. “Eu precisava falar com ela, e crente que ela morava em NY, liguei às 11h da manhã do horário de Brasília, calculando que eram 9h da manhã em Manhattan. Assim que ela atendeu ao telefone, eu, metidééérrima, me apresentei: Hi, Diane, eu sou a fulana de tal, sua assessora aqui no Brasil, blábláblá, queria marcar uma entrevista. Ela, com a maior voz de sono, resmungou: mas tem que ser agora? Eram 7h da manhã. Ela morava em Chicago.” Ooooops.