Muitas mulheres me escrevem perguntando sobre endividamento. Quase sempre essas pessoas, quando chegam a questionar sobre o assunto, já estão atoladas até o pescoço em dívidas escabrosas, não raro contraídas a juros exorbitantes. Por que as pessoas demoram tanto a perceber que estão à beira do precipício quando se trata de dívidas? Mais de 70% dos e-mails que recebo buscam esclarecimentos sobre elas, especialmente no que se refere a como sair do emaranhado financeiro que representam dívidas contraídas de forma inadequada.
Diante disso, resolvi fazer uma série de artigos que tratarão dos diversos tópicos relacionados a esse polêmico assunto: o que são dívidas, sinais de alerta de endividamento perigoso, reconhecendo a qualidade das dívidas, como evitar as dívidas, como sair delas, entre outros tópicos.
Hoje, para começar, compartilho com você algo muito pessoal: além de conhecer a teoria financeira que rege o assunto (sou formada em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, tenho um mestrado em Economia e trabalho desde os 16 anos de idade no mercado financeiro), também conheço a prática.
Dinheiro não aceita desaforo, nem maus tratos ou descaso
Exatamente! Ainda que achasse estar blindada pelo conhecimento financeiro que possuo, em determinado momento da minha vida também percorri os tenebrosos caminhos do endividamento financeiro excessivo, resultado de um momento especial de descontrole emocional provocado por uma dolorosa separação.
Felizmente, para mim não foi muito complicado abandonar a prática destrutiva do círculo vicioso em que havia me inserido, ou seja, gastar mais do que ganhava, utilizando evidentemente recursos de terceiros (ou seja, empréstimos). Essa é uma longa história, que provavelmente soaria muito familiar a muitas mulheres, mas ainda assim vou deixá-la para uma outra vez.
Por causa do aperto que passei e também porque sei dos efeitos pavorosos de uma má administração financeira, não me canso de afirmar que o dinheiro exige vigilância permanente. Dinheiro não aceita desaforo, nem maus tratos ou descaso. Se quisermos evitar o efeito sanfona financeiro (paga uma dívida, contraí uma nova dívida e assim vai) temos que seguir o lema dos escoteiros (ou das bandeirantes, no nosso caso): SEMPRE ALERTA!
O efeito sanfona financeiro é muito parecido com certas dietas de emagrecimento. Como não é à toa existir o programa “Vigilantes do peso”, creio que, no caso dos endividados (ou daqueles que querem evitar as dívidas) não seria exagero se falássemos em vigilantes do bolso – aliás, um bom apelido para o nosso movimento de abandono definitivo da prática de se endividar por nada e que iremos iniciar aqui e agora!
Então, semana que vem nos veremos! Boa sorte com o seu programa Vigilantes do Bolso!