Xuxa faz vídeo para se desculpar sobre João de Deus e fala de denúncias tardias

Com vários casos de denúncia de mulheres que teriam sofrido abuso sexual por parte do médium João de Deus vindo à tona, a apresentadora Xuxa Meneghel, que já o entrevistou e até divulgou parte do trabalho dele, resolveu se pronunciar em seu Instagram.

A fala de Xuxa, além de ser um pedido de desculpas por ela ter se enganado “feio” ao acreditar que o médium era uma “pessoa legal”, exemplifica alguns dos motivos que podem ter feito as vítimas demorarem para falar sobre João de Deus e o que ele teria feito para abusá-las.

Denúncias de abuso sexual contra João de Deus: fala de Xuxa

João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, está sendo acusado por várias mulheres por abuso sexual. Os casos foram divulgados por meio de depoimentos no programa Conversa com Bial, da TV Globo, e rapidamente ganharam repercussão nacional e internacional.

João de Deus é conhecido no mundo inteiro por suas cirurgias espirituais em Abadiânia (GO) e atrai, há mais de 40 anos, anônimos e famosos para a Casa Dom Inácio Loyola, onde acontecem os atendimentos que são vistos como curas espirituais para diversos problemas na vida dos atendidos.

Xuxa Meneghel foi uma das famosas que se manifestaram sobre o tema. Em um vídeo no Instagram, a apresentadora revela que se enganou ao pensar que João de Deus era uma “pessoa legal”.

De forma muito acolhedora, Xuxa ainda comenta sobre a suposta demora para que as vítimas passassem a falar sobre o que teriam sofrido dentro da Casa Dom Inácio Loyola.

Veja o vídeo e, abaixo, a transcrição completa da mensagem de Xuxa:

https://www.instagram.com/p/BrVgraGBXHx/

“Oi, gente. Eu to aqui para falar do Sr. João de Deus. Quero dizer para vocês que eu o conheci, eu fui lá fazer uma gravação que não foi ao ar, na Rede Globo, não foi, a entrevista que eu fiz com ele.

Mas, eu conheci e tive um carinho muito especial por ele. Gostei daquela pessoa que eu conheci lá. Infelizmente, me enganei e me enganei feio. Então, eu to vindo aqui para pedir desculpa a vocês, porque eu já divulguei o documentário dele, falei que era uma pessoa legal e tudo.

Me sinto na obrigação de dizer para vocês que eu to até um pouco envergonhada com tudo isso. Falando em vergonha, queria também que vocês entendessem que essas pessoas não falaram no passado por vergonha, por medo, querendo esquecer tudo isso.

Mas, eu quero dizer para todas vocês mulheres que passaram por isso que eu to com vocês. Sinto muito, muito mesmo. Muito. De verdade. Um beijo a todos vocês. E, por favor, se tiver mais mulheres, denuncie, porque pessoas como essa, e outras, têm que pagar por isso”.

Denúncias de mais de 300 vítimas

Até sexta-feira, 14 de dezembro, o Ministério Público de Goiás havia recebido 330 mensagens por e-mail e contatos telefônicos com denúncias que ajudam na apuração das acusações de abuso sexual feitas contra João de Deus.

De acordo com o órgão, os contatos vieram de denunciantes de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pará e Santa Catarina.

Como denunciar

O e-mail aberto como canal para as vítimas é o [email protected]. Por telefone, o MP-GO atende nos números (62) 3243-8051 e (62) 3243-8052.

https://instagram.com/p/BrUb599HJdc/

A recomendação é que os Ministérios Públicos estaduais tenham unidades de atendimento para as vítimas.

A promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, Gabriela Manssur, compartilhou um e-mail para que as vítimas que estão no estado de São Paulo possam denunciar os possíveis casos de abuso sexual: [email protected]. Também circula nas redes sociais o movimento com hashtag “Somos muitas”.

No MP-GO, a força-tarefa é composta pelo promotor de Justiça, Steve Gonçalves Vasconcelos, coordenador e coordenador adjunto do Centro de Apoio Operacional (CAO) Criminal do MP, Luciano Miranda Meireles e Paulo Eduardo Penna Prado; a coordenadora do CAO dos Direitos Humanos, Patrícia Otoni, e a promotora Gabriella de Queiroz Clementino, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Também estão à disposição duas psicólogas: Liliane Domingos Martins e Lícia Nery Fonseca.

Informação sobre abuso sexual, estupro