Papa Francisco modificou ritos funerários para ter simplicidade também em morte

Conhecido por um pontificado que rejeitou excessos, o papa Francisco fez mudanças relacionadas ao caixão, ao local de sepultamento, à lápide e mais

Desde o início de seu pontificado em 2013, o papa Francisco é conhecido por adotar uma postura mais humilde e rejeitar certas tradições. Agora, após sua morte, esse legado de humildade continua com a mudança de diversos ritos póstumos aos quais papas costumam ser submetidos.

Confira algumas alterações feitas a pedido de Francisco nos ritos funerários papais abaixo:

7 escolhas simples do papa Francisco para o próprio funeral

(Crédito: Antonio Cotrim – Pool/Getty Images)

Após um longo período de internação e poucas breves aparições públicas, o papa Francisco morreu aos 88 anos em 21 de abril de 2025, vítima de um AVC e de insuficiência cardíaca. Na sequência, os clássicos ritos funerários começaram a acontecer – mas de maneira ligeiramente diferente, tudo a pedido do próprio papa.

Isso mostra como, mesmo após a morte, o pontífice opta por se alinhar a uma conduta mais próxima dos fiéis e sem excessos, algo que marcou o pontificado dele e criou uma imagem de papa “acessível” e humilde.

Entre as mudanças, é possível citar, por exemplo:

Confirmação da morte na residência do papa Francisco

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(Crédito: Buda Mendes/Getty Images)

A confirmação oficial da morte do papa não ocorreu no quarto papal tradicional, mas sim em uma capela privada. Isso porque Francisco optava por viver em uma pequena suíte na Casa Santa Marta em vez de ocupar o Palácio Apostólico como outros pontífices.

Papa Francisco quis caixão único e simples

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(Crédito: Franco Origlia/Getty Images)

É uma tradição dos ritos funerários papais o uso de três diferentes caixões: um de cipreste, outro de chumbo e um terceiro de carvalho. Francisco, porém, optou por um caixão único feito de madeira e revestimento interno de zinco. Isso simplifica uma prática secular e demonstra novamente a vontade de Francisco de trazer mais humildade à Igreja.

Exposição direta ao público, sem visitação privada

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(Crédito: Cole Burston/Getty Images)

Tradicionalmente, funerais de pontífices começam com o corpo do papa exposto para visitação privada. Francisco, no entanto, pediu que seu corpo fosse diretamente para a Basílica de São Pedro, onde fiéis poderão visitá-lo durante três dias. Essa é mais uma mudança que aproxima o pontífice do povo.

Exposição do corpo do papa Francisco sem catafalco

(Crédito: Franco Origlia/Getty Images)

É comum que, após a morte, o corpo do papa seja exposto em uma plataforma elevada chamada catafalco. Francisco, porém, será exposto em um caixão aberto sem o uso dessa estrutura na hora de apresentá-lo aos fiéis.

Simplificação de títulos em cerimônias

(Crédito: Franco Origlia/Getty Images)

Ao longo dos ritos funerários papais, inúmeros títulos podem ser usados para se referir ao pontífice. Isso é bastante tradicional, mas Francisco decidiu romper a tradição e simplificar esses termos. Títulos como “romano pontífice”, por exemplo, serão substituídos por outros como “papa”, “pastor” e “bispo de Roma”. Isso enfatiza o papel do papa acima do status dele como líder político.

Sepultamento fora do Vaticano

(Crédito: Carl Court/Getty Image)

Tradicionalmente, papas são enterrados nas grutas do Vaticano. Francisco, em contrapartida, escolheu o sepultamento na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Essa escolha tem relação com a devoção dele à Virgem Maria.

Lápide com palavra única

(Crédito: Franco Origlia/Getty Images)

Em seu testamento, Francisco fez um pedido especial sobre a própria lápide. O pontífice queria que ela fosse “simples, sem decoração particular” e com uma única inscrição: Franciscus. Isso é um contraste com a escolha de outros papas sobre suas lápides, que frequentemente optaram por incluir títulos mais “nobres” e símbolos papais.

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