As formas de comunicação dos seres humanos são diversas e, durante o cotidiano, muitas delas não são verbais, apesar de dizerem muito. É comum que muitas pessoas, por exemplo, tenham o hábito de puxar um papel e caneta e ir rabiscando algo durante uma conversa no telefone.
Segundo a psicanálise, é possível achar um simbolismo para a “arte” feita e usá-la a favor da sua memória. Na verdade, notar esse detalhe também é uma profunda forma de conhecimento das próprias emoções.
Hábito de desenhar enquanto fala ao telefone
Há quem defenda que o ato é uma mera forma de distração durante o papo, caso seja mais casual, mas ele também representa uma descarga inconsciente de sentimentos momentâneos ou não.
“Além de ser um passatempo para uma possível conversa cansativa, desenhar fala muito sobre nós. É como uma expressão do nosso desejo, é literalmente colocar no papel algo”, explica o psicanalista Gregor Osipoff.
Formas geométricas e elementos aleatórios da natureza são relativamentes fáceis de serem desenhados mesmo pelos que não se dizem “desenhistas”: e é justamente a acessibilidade que traz os significados práticos.
Triângulos pontudos podem representar determinação e foco de quem está falando, enquanto um sol associa-se à alegria.
Benefícios à memória
Gregor afirma que, na hipótese de os desenhos serem conscientemente representativos à conversa, servem como um resumo dela, sendo facilmente recordada mais tarde.
A memória humana é bastante visual, então todo apoio tem sua extrema importância para as associações.
“Você pode estar falando de decoração e desenhar uma casa. Muitos teóricos pensam que não esquecemos nada, só não lembramos. Os desenhos ajudam a resgatar memórias ‘perdidas'”, conclui ele.