Assim como eu, muitas mulheres sofrem com a falta de senso de direção. Quando falo “mulheres” não estou com isto discriminando, mas mencionando uma constatação por mim realizada através de uma pesquisa que apontou que 80% das mulheres sofrem desta deficiência.
Já escrevi, inclusive, sobre este assunto onde deduzo que a falta de senso de direção é resultado das brincadeiras de infância em que a menina fica mexendo a panelinha, usando movimentos circulares ou embalando o bebê num vai e vem contínuo, enquanto o menino, com seu carrinho, sobe morro, desce morro, sobe no viaduto, passa na rotatória, pega o atalho, enfim, constrói seu senso de direção.
Por causa desta falta de senso de direção, passei por momentos estressantes, principalmente quando tinha que ir para outras cidades, ficando à mercê da falta de placas sinalizadoras e de pessoas que nem sempre informavam corretamente.
Andar em São Paulo, então, era um tormento, pois não há pedestres nas marginais para pedir informação e os motoristas andam com os vidros do carro fechados não tendo como lhes pedir ajuda. Quantas vezes fiz tour pela cidade de São Paulo à procura do meu destino!
Sabendo desta minha dificuldade sempre tomei o cuidado de sair com o tanque de gasolina cheio, pois, assim, eu poderia me perder e me achar sem o medo de ficar sem combustível.
Meus filhos, quando eram pequenos, já sabiam que a possibilidade de eu me perder era imensa, mas como eu nunca me desesperei eles também não se preocupavam. Quando íamos sair para algum lugar, logo lhes dizia: “Vamos sair mais cedo, porque assim tenho tempo de me perder, de me achar e de chegarmos no horário”.
Porém, agora tudo mudou. Tenho o Nick. Sim, este é o nome do meu GPS. Ele é o responsável por eu não me estressar mais e por chegar tranquilamente aos destinos. Agora ninguém mais me segura. Vou para todos os lugares sem qualquer receio. Até já estou aprendendo a andar em São Paulo, pois, como não me perco mais, consigo aprender o trajeto daqueles locais que vou com mais frequência. Porém, o Nick é meu companheiro inseparável.
E dou “vivas” para a tecnologia!
Cybele Meyer é mãe, educadora, blogueira, pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional, em Docência do Ensino Superior e tutoria em Docência em Ensino a Distância, formadora da USP. Blog – Educa Já! – www.educaja.com.br