Uma “bolinha” ultrassensível, algo tão pequeno que não pode nem ser visto ou uma pequena concha escondida na vulva? O clitóris é tão pouco falado, que muita gente não sabe que, na verdade, ele é um órgão grande e cheio de funções. Na França, ao menos, isso está prestes a mudar. Um modelo do clitóris em tamanho real passará a ser usado nas aulas de educação sexual no país e promete revolucionar a forma com que lidamos com a sexualidade feminina.
Como o clitóris é de verdade?
“Órgão eréctil de pequenas dimensões na parte anterior da vulva, projetado entre os pequenos lábios”, essa é a descrição que o dicionário dá para o clitóris. Hoje em dia, sabe-se que ele é bem maior do que dizem essas “pequenas dimensões”. Mas se até o dicionário diz que ele é pequeno, é provável que muita gente pense o mesmo.
Por isso, de acordo com informações do jornal britânico The Guardian, um modelo em 3D do verdadeiro clitóris será usado em aulas de educação sexual na França.
Trata-se de uma impressão em 3D feita pelo pesquisador Odile Fillod em colaboração com a fotógrafa Marie Docher que, inclusive, está disponível para download na página do projeto.
A fotógrafa explica que a ideia surgiu para ser parte do conteúdo de vídeos – produzidos pelo Ministério da Educação francês- que tratam a questão da sexualidade de maneira não sexista. “Nos livros, o clitóris é muitas vezes esquecido e sistematicamente deturpado. O objetivo foi, portanto, mostrar concretamente como ele é falar sobre as bases anatômicas e fisiológicas do desejo e prazer sexuais femininos e lembrar as mulheres ao menos uma vez”, escreveu na página do projeto.
O apetrecho, ao mostrar como é de verdade a sexualidade feminina, transforma o prazer sexual da mulher de um simples “botãozinho” na parte anterior da vulva para uma estrutura complexa de ramificações muito maiores e poderosas.

Anatomia detalhada do clitóris
Externamente, o clitóris aparenta ser uma “bolinha”, mas, internamente, ele é bem mais extenso. Além da glande, que é a parte visível, ele se estende internamente em duas direções, formando os bulbos que dão origem a duas cruras. Tudo isso tem, em média, de 9 a 11cm e milhares de terminações nervosas.
Apesar de ser um exagero dizer que “o clitóris é o pênis feminino”, sabe-se que as duas estruturas têm as mesmas origens embriológicas e funções e estruturas parecidas – ambos são compostos por uma glande e pelo corpo erétil (no caso da mulher, os bulbos e cruras).
Um estudo australiano publicado no Journal of Urology analisou a anatomia clitoriana e mostrou também que ele se conecta de diferentes maneiras com as outras estruturas da região: se liga ao osso do arco púbico, ao monte púbico, aos lábios, à uretra e à vagina.
Todas essas informmações eram desconhecidas até o final da década de 1990, quando a ciência iniciou pouco a pouco um processo, que ainda continua, para remover os estigmas da sexualidade feminina.
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