Perseguições, telefonemas insistentes, ameaças de morte, agressões físicas, macumbas. Elas, as psico-ex, tentam tudo que for possível na tentativa de possuir novamente o objeto do desejo perdido. Pior, elegem como inimiga número 1 e tentam atacar aquela, que acham, roubou-o dela. Você acha que isso é enredo de filme? Engano seu. Muitas pessoas não têm estrutura psicológica para lidar com esses sentimentos de perda e piram, perdem a linha, enlouquecem. Não é apenas a Glenn Close que inferniza o Michael Douglas. Casos como o do filme “Atração Fatal” acontecem e tornam a vida das atuais mulheres um inferno.
Você acaba de conhecer um cara, rola a maior emoção, ele parece perfeito, gosta das mesmas coisas que você, tem o mesmo ritmo, vocês se divertem juntos, e o sexo é fenomenal, nunca rolou nada igual. Você está feliz da vida, pois acaba de encontrar sua cara metade e é uma paixão retribuída. Mas, infelizmente, você não é a primeira mulher da vida dele, existe uma “ex” e por sinal ela é mãe dos filhos do seu novo amor. Acontece que ela está inconformada com o fato de você existir, não admite, em hipótese alguma, saber que perdeu, que agora, o “seu” homem, está vivendo outra uma paixão e não quer mais saber de nada com ela. Nessa hora o ódio embaça a razão e você, que estava tão felizinha, passa a conhecer as armas mais baixas dessa “psico-ex”.
A economista Luciana Valverde, 31 anos, viveu isso. Conheceu um “gatinho”, estava curtindo muito, era o homem ideal. Mas ele tinha terminado com um casamento recentemente, no qual teve uma filha que já estava com um ano e meio. Jamais poderia imaginar que no pacote para a felicidade estava incluída a ex-mulher e todas as suas “neuras” e “nóias”. Luciana conta que “foi uma fase terrível, um ano de loucuras, jamais imaginei que poderia viver isso um dia. A louca me infernizava dia e noite, a madrugada inteira o meu telefone tocava, ela me ameaçava de morte, me xingava de palavrões que eu nem conhecia, falava as maiores atrocidades. O pior é que ela cheirava cocaína, então durante todas as doideras ela me azucrinava. Precisei espalhar a foto dela pelo meu condomínio, pois ela ficava fazendo vigílias, me perseguindo. Usava a filha, colocava a criança no telefone chorando. Era o maior terrorismo.”
Para se preservar, Luciana começou a gravar todas as ameaças, escreveu um relatório detalhado e deu queixa na polícia. Seu namorado, também fez o mesmo, pois ela o agrediu fisicamente. Para surpresa deles, a Psico-ex, já tinha ficha criminal. Só assim a louca furiosa parou. Depois de passar por essa via crucis, Luciana confessa: “foram três anos juntos, mas se soubesse, jamais teria investindo nessa relação, realmente não valeu a pena ter passado por tudo isso.”
A comerciante Angelina, 25 anos, passou por duas versões dessa mesma história: “fui morar junto com um ator famoso. No início era tudo maravilhoso, mas quando passaram os quatro primeiros meses começou a rotina e a diferença de idade dificultou a convivência. Eu queria viajar, sair, dançar, tomar chopp com os amigos e ele só queria saber de Internet e TV. Comecei a viajar, sair e me divertir sozinha. Um dia ele veio cheio de ordens: mulher minha não faz isso, mulher minha não faz aquilo, mas eu só tinha 23 anos, não podia me anular em nome de uma relação que já não tinha mais nada para existir. Então decidi sair da casa dele. O cara enlouqueceu. Rasgou todas minhas roupas, destruiu meus sapatos, queimou minhas fotos, me xingou de todos os nomes, simulou um suicídio, ameaçou me dar porrada, falou mal de mim para nossos amigos, infernizou minha família. O que é pior, passou recibo de corno sem ser, cismou que eu havia “chifrado” ele com o meu “personal trainer”. Foi até a academia para pedir a demissão dele, alegando que eu havia sofrido assédio sexual.”
A segunda história de arroubos passionais da pobre Angelina também foi confusa. Tempos depois, quando menos esperava, encontrou seu novo amor. Horas de assunto, milhões de coisas em comum, vários sonhos de vida parecidos. Pronto, já estava apaixonada. E tudo começou lindo e maravilhoso, o maior amor e carinho. Tudo parecia perfeito, até a “ex” dele se revelar. Aí começaram as noites de sono interrompidas por telefonemas, ameaças de morte, histerismo, tentativa de suicídio, macumbas.
“A mulher não admite que perdeu, ainda mais para mim. O ranço é antigo, pois a uns dez anos atrás eu ficava com o namorado dela, então ela passou esse tempo todo me investigando, ela sabe de muitas coisas da minha vida pessoal. Ela está nos enlouquecendo, usa a filha como chantagem, da forma mais baixa possível. Agora ela está andando armada com uma faca, pois quer me matar ou pelo menos me machucar. Eu não sei se tem a ver, mais eu acredito em macumba e por coincidência uma das minhas gatas está muito doente e o cavalo do Marcelo morreu de uma hora para outra. Coisas estranhas acontecem, apareceram cordas amarradas nas rodas do carro e corda com nós no telhado de casa. Tenho medo, pois na realidade não sei do que ela é capaz, ela agride meu namorado, bate com a cabeça na parede, se machuca, chora dias e noites e não come. O que é pior, falou que não vai parar nunca, vai nos enlouquecer para sempre.”
Casos como esses são mais comuns na vida real do que se imagina. O advogado Paulo Lins e Silva recomenda sempre a reconciliação, em qualquer caso e aconselha: “O mais importante é jamais responder com a mesma moeda, nunca agir igual, com violência e loucura. O necessário, dentro do possível, é manter a calma, a sanidade e buscar a paz.” No mais é torcer para a ex arrumar um novo amor, esquecer o antigo e deixá-los em paz.