Grávida pode dirigir? Veja dicas

Está grávida e em dúvida sobre se pode dirigir? Então, antes de colocar as mãos no volante, concentre sua atenção nos “sinais” e nos “sintomas” que seu corpo mostra, como recomenda o diretor e chefe do departamento de medicina de tráfego ocupacional da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Dirceu Rodrigues Alves Jr. ” Com a evolução da gravidez, cada fase guarda seus próprios sinais e sintomas, e é importante que a mulher saiba correlacioná-los com a atividade veicular. Nessa avaliação, a orientação do médico é fundamental“, reforça o diretor.

O atual Código de Trânsito Brasileiro não contém restrições à condução feminina no período de gestação. No entanto, elas existem e devem ser consideradas. A começar pela sensibilidade aguçada. “Neste período, a sensibilidade da mulher é tão grande que a vibração do veículo atua sobre ela. Há casos em que a repercussão dessa vibração pode causar até descolamento de placenta. Quanto mais o útero estiver distendido, maior é o risco”, alerta.

Um fator de risco pouco conhecido das futuras mães é o ruído. “Ele é irritante para todos nós, ainda mais para uma mulher cuja sensibilidade está à flor da pele. O ruído nas ruas atinge 87 decibéis e pode ter repercussão sobre a massa uterina, causando traumas”, explica Rodrigues Alves Jr. Para se ter uma ideia, a Organização Mundial de Saúde considera que, acima dos 65 decibéis, o ruído já pode causar prejuízos à saúde.

Gravidez e direção combinam quando as medidas de segurança são adotadas corretamente. O cinto de segurança, embora sugira desconforto, é indispensável, mas, se colocado de forma errada, pode produzir trauma uterino e culminar, inclusive, num aborto. “O cinto indicado é o de três pontos. A faixa diagonal deve passar no meio do ombro, entre os seios e pela lateral do abdome, sem se sobrepor ao útero, porque, no caso de colisão, ele poderá ser comprimido. A faixa subabdominal deve ser encaixada no quadril, bem abaixo do útero, na região superior das coxas”, ensina o diretor da Abramet.

O volante também deve ser mantido distante do abdome, de uma forma que permita fácil acesso aos pedais. Essa distância diminui os riscos de trauma em caso de frenagem ou colisão. A mesma regra serve para carros com airbag, já que a força da explosão do dispositivo pode até ser fatal, de acordo com o especialista. Já o encosto, deve formar com o assento um ângulo máximo de 110°.

Preste atenção

Nos três primeiros meses, período em que náuseas, vômitos e tonteiras costumam ser mais frequentes, a direção pode ficar comprometida. “Ao dirigir, movimenta-se a cabeça lateralmente, para cima e para baixo, o que pode desencadear tonteiras mais sérias, levando até a desorientação espacial”, explica Dirceu Rodrigues Alves Jr. Se a mulher apresenta sangramento, ela não pode dirigir. “Há a possibilidade de a vibração do veículo e o ruído complicarem o quadro. A grávida nesse estado precisa de repouso”, avisa.