A história de Bia Ferreira começou na garagem de casa – e, em 2021, ela se tornou a segunda boxeadora brasileira a chegar em um pódio olímpico
Prata em Tóquio e considerada a maior boxeadora do Brasil, Bia Ferreira tem uma história com a modalidade que começou ainda na infância. Filha de boxeador, ela aprendeu os primeiros golpes aos quatro anos – e empolgado com o talento da filha, ele fez de tudo para que ela pegasse cada vez mais gosto por ele.
História de Bia Ferreira no boxe
Bia Ferreira, boxeadora brasileira que foi destaque tanto nos Jogos Olímpicos de Tóquio (2021) quanto nos de Paris (2024), começou a lutar com quatro anos de idade. Isso porque ela é filha de Raimundo Ferreira, mais conhecido como Sergipe, um dos destaques do pugilismo nacional entre os anos 90 e 2000.
O pai de Bia começou no boxe usando a academia improvisada que um vizinho construiu no quintal – e, posteriormente, fez o mesmo com a própria garagem. Ao site “Olympics”, Beatriz afirmou que ficava curiosa com o barulho que vinha de lá, e logo pediu que o pai a ensinasse. Empolgado com o interesse dela, ele adaptou tudo.
Além de ter construído de forma improvisada equipamentos próprios para o tamanho da filha, ele também encomendou luvas menores. O que começou como um passatempo logo passou a ser levado a sério por Bia que, treinada pelo pai, começou a se dedicar com cada vez mais afinco. Ele, inclusive, sempre foi sua inspiração.
“Para mim, ele era invencível. […] Tenho ele como grande referência. Sempre que estou passando perrengues, vejo que não estou passando perrengue nenhum perto do que ele passou”, disse a pugilista.
Beatriz também é sargento
Outra curiosidade da história de Beatriz Ferreira é que, além de boxeadora, ela também é sargento. Isso porque seu ingresso no esporte também se deu pelo Programa Olímpico da Marinha (PROLIM), onde se tornou a Terceiro-Sargento Beatriz Iasmin Soares Ferreira.
Atleta nem sempre foi lutadora ou teve ambição de ser
Apesar da paixão por boxe, Bia nem sempre quis ser uma atleta de alto rendimento que se guia pelo sonho olímpico. Assim como o pai, ela chegou inclusive a ser professora da modalidade ainda na adolescência, com 15 anos. A decisão de trilhar carreira de atleta veio somente aos 23 anos, quando ela percebeu que era o boxe o que ela mais amava.
“Sabia que ‘estava tarde’, mas falei: ‘Vou aproveitar todas as oportunidades que vierem’. Tardei, mas não falhei”, declarou a lutadora, cujo talento não demorou a dar frutos. Bia competiu em torneios menores e, em 2016, foi convidada para o projeto Vivência Olímpica, onde pôde conviver com atletas de peso.
Já no ambiente olímpico, aquilo virou uma ambição. Beatriz voltou com mais motivação aos treinos e apenas um ano depois, foi convocada para a seleção brasileira. Antes das Olimpíadas de Tóquio, ela virou medalhista em várias competições importantes, se tornando inclusive campeã mundial.
Posteriormente, no Japão, mais uma conquista: se tornou a segunda mulher do boxe a alcançar o pódio em uma Olimpíada, com a prata.