A história de Flavinha é marcada por início inusitado, lesões e, sem dúvidas, muito carisma
Quem vê a confiança com a qual Flávia Saraiva, conhecida como Flavinha, atua nos ginásios, não pensa que ela quase desistiu da ginástica em 2022. A jovem de 24 anos, que foi descoberta de forma inusitada ainda na infância, teve lesões importantes – e, devido às dores, chegou a decidir que deixaria o esporte.
Conheça abaixo a história de Flavinha, uma das queridinhas do Brasil na ginástica artística e melhor amiga de Rebeca Andrade.
História de Flavinha, da ginástica
A história de Flavinha começou aos 8 anos em um cenário inusitado. De origem humilde, a carioca naturalmente amava escalar árvores, dar piruetas e se locomover com as mãos em bananeiras. Coincidentemente, Flávia tem uma prima que fazia educação física, e foi graças a ela que a ginasta começou a perseguir o esporte.
Ela se iniciou na ginástica a partir de uma ONG, em meio a um projeto com alunos de escolas públicas. Na época, a mãe da ginasta, Fábia, chegou a parar de trabalhar para acompanhar a filha na jornada, visto que ela era bastante jovem.
Flavinha despontou na carreira em 2013, com 13 anos, no Torneio Gymnasiade. Na ocasião, ela conquistou o ouro tanto no solo quanto na trave, bem como a prata na atuação em equipe. Um ano depois, em sua primeira competição internacional (Jogos Olímpicos da Juventude, na China), ela conquistou mais um ouro e duas pratas, chamando a atenção no mundo da ginástica.
A primeira Olimpíada de Flávia Saraiva foi no Rio, em 2016. Na ocasião, ela roubou a cena com carisma inegável e muito talento, ficando em 5º lugar na trave olímpica, bem como em 8º na competição por equipes
Obstáculos na carreira de Flávia Saraiva
Em 2021, nas Olimpíadas de Tóquio, Flávia teve uma surpresa desagradável. Enquanto se apresentava no solo, ela caiu – e, devido ao crescimento da atleta, que cresceu 8 centímetros entre uma Olimpíada e outra, teve uma lesão. Em 2022, ela lesionou o tornozelo novamente e, após passar por uma segunda cirurgia, pensou em desistir,
“Eu chorava praticamente todos os dias no treino. Primeiro porque estava doendo, e [segundo] porque eu não conseguia fazer ginástica. E a coisa que eu mais amo na minha vida é fazer ginástica. Isso estava me matando por dentro, falava: ‘Estou sofrendo para fazer o que amo, não quero sentir isso mais’”, disse ela ao site “Olympics”.
Os responsáveis por “segurá-la” no esporte foram Francissco Porath e Iryna Ilyashenko, técnico e treinadora da seleção brasileira. “Ele falou: ‘Não, por que você quer desistir? Acha que é fácil? Não é fácil!’. Comecei também a enxergar com outros olhos, porque estava sentindo dor todos os dias”, declarou Flavinha.
Em 2023, porém, ela fez um retorno triunfal, e sua permanência no esporte foi coroada por mais diversas medalhas. Nos Jogos Pan-Americanos, ela conquistou cinco medalhas, entre prata e ouro.
Já em 2024, ela chegou às Olimpíadas de Paris ainda esbanjando carisma, renovada, e integrando mais uma conquista do Brasil. Na ocasião, Flavinha foi peça importante no bronze da ginástica em equipes, primeira medalha brasileira na categoria. Além disso, ela também se classificou para as finais gerais junto de Rebeca Andrade.