Insistência de Ronan com Munik poderia ser considerada assédio? Entenda

por | jun 30, 2016 | Comportamento

Os participantes do BBB 16 Ronan e Munik acabaram se tornando não só aliados no jogo, mas também grandes amigos. Mas, quando um  novo participante entrou na casa, Ronan começou a demonstrar um ciúme excessivo e chegou a comentar que estaria apaixonado por ela. Desde então, ele vem tentando ficar cada vez mais próximo, com abraços, beijos e elogios que nem sempre agradam a sister.

Ronan está passando dos limites?

Em conversa com Geralda, também participante do programa, Munik confessou que se sente incomodada com a postura de Ronan e que, por mais que tente se esquivar, acaba não conseguindo, pois, como são amigos, também não quer magoá-lo.

Para alguns, essa insistência poderia ser considerada um tipo de assédio ou abuso, já que ele continua tentando ter algo com ela e cercando-a de todas as formas, mesmo sabendo que ela não quer. E não é apenas no BBB que isso acontece. A situação é comum e muita gente já passou por algo parecido. Mas, afinal, qual é o limite? Quando um homem pode estar realmente errado insistindo em ficar com uma mulher?

Rede Globo

O que é assédio

De acordo com a advogada Bruna Leão, do coletivo feminista “Não me Kahlo”, é importante ressaltar que ninguém está dizendo que não deva existir paquera ou flerte, mas que é preciso diferenciar isso de um assédio. “O que difere um abuso de um flerte é a ausência do consenso. Quando a mulher não consente com determinado ato, ele passa a ser abusivo. São os toques indevidos, passadas de mão, beijo forçado, agarrar, podendo chegar até o estupro, que é o sexo sem consentimento”, explica.

Como identificar

Ela diz ainda que é a mulher quem define se as atitudes do homem estão ou não incomodando. E essas atitudes, que acontecem com frequência, podem partir de um amigo, do chefe, do próprio namorado ou de familiares, como pais e tios, tanto por meio de contato físico forçado, como também de convites impertinentes, insinuações ou verbalizações (cantadas nas ruas), e de forma emocional/psicológica (xingamentos, manipulação, chantagem, etc).

No entanto, muitas vezes, os homens se justificam e negam o abuso afirmando que estão apenas sendo legais. “Muitas vezes a mulher reclama e o cara diz que ela está levando a sério demais, que é só uma brincadeira. Ele tenta deslegitimar a reação que a mulher teve. O problema deixa de ser a atitude do cara e passa a ser a mulher. Essa forma de manipulação psicológica impede muitas mulheres de se perceberem vítimas de abusos e a permanecerem em relacionamentos abusivos”, afirma.

Medidas legais

As mulheres que sofrem assédio ou abuso podem tomar medidas judiciais para fazer valer seus direitos. “Se forem vítimas de algum crime, devem procurar, de preferência, uma delegacia especializada, que é a delegacia da mulher. Fora da esfera criminal podem buscar uma reparação a título de danos morais ou patrimoniais, se houver. E sempre buscar informações e auxílio pelo telefone 180”, finaliza.

Violência não é só física: tipos de abuso que acontecem com as mulheres.