Mondo Vino > Onde está a Nêmesis?

Sempre cismamos com a tentativa de alterarem geneticamente as uvas. Mas será que o vinho feito de uvas geneticamente modificadas terá o mesmo sabor, o mesmo valor? Será que os alimentos em geral serão mais seguros? Os consumidores têm o direito e o dever de ter dúvidas e de saber mais. Na Inglaterra uma pesquisa consultou 37 mil pessoas. E 93% delas acharam que a tecnologia genética é movida por lucro e não pelo interesse público. Para eles, só produtores agrícolas (e seus fornecedores, os laboratórios) é que lucrariam com essa prática. Nós, consumidores, ficaríamos com os prejuízos.

Na Europa, Austrália e Nova Zelândia há séria oposição ao uso de uvas e fermentos (para uvas) geneticamente modificados. Mas nos Estados Unidos, o americano já consome soja e milho transgênicos. E, recentemente, colocaram no mercado um fermento (o ML01) que pode ser utilizado legalmente nas uvas (e, portanto, na produção de vinhos).

Ou seja, daqui um pouco vamos ter um clone do Capitão Picard em forma de uva e, naturalmente, sem que nada nos seja informado, nos oferecerão um vinho dessa variedade mutante. Será uma Cabernet Franc ou Francstein? Será que passaremos algo parecido com o synthehol consumido na Enterprise?

Viu, amiga, como o mundo é pequeno e redondo, por mais distantes que sejam as galáxias? Começamos com um vinho do século 22, que não existe, mas que consegue aqui e agora um preço estratosférico.

Continuamos com a luta do Capitão Picard contra o seu clone. E já que falávamos de vinhos e seres falsos, aproveitamos o embalo (ou o empuxo, em se tratando de naves interestelares), para relembrar um perigo que ronda aqueles que, como nós e o irmão de Picard, o verdadeiro vinhateiro, insistimos em beber a “coisa verdadeira”.

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