Pode sorrir na foto do documento, sim. Apenas alguns órgãos emissores sugerem “fisionomia neutra” e essa orientação varia conforme a localidade e o tipo de documento.

Mas, o fotógrafo Filipe de Oliveira Borges, de Mariana (MG), precisou justificar seu sorrisão ao tirar a CNH e, de maneira divertida, contou sua “saga” em um post no Facebook que já tem mais de 85 mil curtidas e 21 mil compartilhamentos.

Sorrir na foto de documento

Muita gente não gosta de tirar foto 3×4, afinal, o enquadramento apenas no rosto nem sempre fica bom. Mas, e se pudéssemos sorrir para foto do RG e da CNH? 

Há um mito de que é preciso sair bem sério nas fotos dos documentos. Ou seja, não há nenhum impedimento legal para o cidadão mostrar os dentes enquanto se posiciona frente à câmera, mas normas que variam de acordo com o órgão emissor do documento, em diferentes estados do Brasil.

O Instituto de Identificação que emite RG e CNH em São Paulo, por exemplo, “libera o sorriso”; só esclarece que, entre outras recomendações, não é permitido usar acessórios que dificultem a identificação (chapéus, óculos de sol e máscaras, por exemplo). 

O questionamento desta “norma” foi feito, então, pelo fotógrafo Filipe de Oliveira Borges na hora de tirar a foto para renovar sua carteira de habilitação. 

Depois de ouvir que era proibido e que teria que assinar um “termo de responsabilidade pelo sorriso”, Filipe conta de maneira divertida seu diálogo com a secretária e a dona do estabelecimento em que foi fazer o documento. A história foi publicada em um post no Facebook. 

https://www.facebook.com/lipeoborges/posts/10155499937178221

“- Moço, pode se sentar em frente a esta câmera, por favor.

– Sentei logo e lasquei um sorrisão.

Secretária: Sem sorrir, por favor!

Eu: Por que?

Neste momento parece que deu uma pausa no tempo e todo mundo parou e ficou me olhando como se eu fosse de outro planeta. O médico que ia entrar na sala parou no meio do caminho, a outra doutora parou perplexa perto da atendente. Os outros pacientes automaticamente pararam de ler suas revistas ou assistir à televisão e, como que em um gesto sincronizado, todos olharam para mim.

Secretária: Por que este é um documento, não pode sorrir!

Eu: Uai, por que não?

Aí a Dr. Dona da Clínica, interviu:

Dona da Clínica: Ora senhor, são normas. Está no estatuto.

Eu: Sério? Posso ver o estatuto?

Dona da Clínica: É documento interno. Afirmou.

Eu: Mas me explica por que eu não posso tirar minha foto sorrindo?

Dona da Clínica: Boa pergunta, deve ser para facilitar no reconhecimento do rosto pela polícia federal.

Eu: Dra. Cá entre nós. O Facebook identifica meu rosto até quando estou fazendo careta. A senhora não está subestimando a polícia federal não?

Dona da Clínica: É mesmo, né! Então porque será que não pode?

Eu: Eu sei. Antigamente, lá na época da invenção da fotografia, como não existia tecnologia suficiente, as pessoas tinham que ficar muito tempo paradas enquanto a foto estava sendo feita. Às vezes, horas, dependendo da iluminação, por isto, se as pessoas sorrissem seria mais fácil de borrar a foto e eles teriam que refazer todo o processo. Então as pessoas tinham que ficar sérias.

Dona da Clínica: Ahhhh… (respirou ela sem acreditar muito na minha história) mas são normas. Então o senhor terá que assinar um termo, redigido a próprio punho para se responsabilizar pelo sorriso.

Eu: Perfeitamente.

Ela entrou para a sala e eu fui para o outro médico para fazer meus exames de vista. Quando eu saí ela estava no corredor já com um sorriso no rosto.

Dona da Clínica: Moço, acabei de ligar para o órgão que regulamenta as carteiras de habilitação e eles me informaram que você pode tirar a foto do jeito que você quiser. Não precisa assinar o termo não, viu?

Eu que já estava quase desistindo de assinar o termo respirei aliviado! Ufa”.

Sorria, meu bem!

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