Rivalidade no futebol, cumplicidade no amor

Se o futebol é capaz de acabar com uma amizade de anos, imagina com um relacionamento? A paixão pela bola pode ser uma barreira para os homens que não curtem futebol e que estão dispostos a conquistar uma namorada que faça loucuras pelo seu time do coração.

Segundo Sheila Rigler, diretora da agência de relacionamentos Par Ideal, o número de mulheres fanáticas por um time de futebol vem crescendo nos últimos anos. “Existem mulheres tão loucas pelo seu time que não se imaginam em um relacionamento com um homem que não seja torcedor do mesmo time e que não tenha o mesmo fanatismo por futebol”, revela.

Sheila lembra a ala masculina que só simpatizar pelo esporte não é suficiente para se conquistar alguém com esse perfil. Essas mulheres querem alguém para acompanhar todos os jogos e até para viajar junto quando o time jogar em outras cidades. “Isso prova que o futebol já foi uma atividade masculina. Hoje é uma forma de socialização, de reunir a família na frente da televisão ou nos estádios”, comenta.

Mas sabe que existem casais quer torcem para times rivais e sabem dosar muito bem isso dentro e fora de casa? Basta uma boa pitada de respeito e de tolerância. Um exemplo de sucesso é o casal Camila Lopes Ferreira Provenzano, de 34 anos, e Gilson Provenzano Filho, de 31. Ela é torcedora do Atlético Paranaense e ele para o Coritiba. Casados há cinco anos, eles estabeleceram regras para evitar que a rivalidade atrapalhasse a relação a dois.

Camila é atleticana desde criança, Gilson começou a se interessar pelo Coxa-branca ao frequentar estádios com os amigos. Os dois se conheceram por meio de amigos em comum. Estavam numa festa de aniversário em Camboriú e se mostravam chateados com o término de seus respectivos relacionamentos. “Sentamos um do lado do outro, começamos a conversar sobre o assunto e de repente aconteceu. Um ano depois estávamos noivos e somos casados há cinco anos”, conta a atleticana toda feliz.

Na casa de Camila e Gilson, uma parte possui as cores verde e branco e outra parte é pintada de vermelho e preto. Inclusive a churrasqueira recebeu metade da decoração de um time e a outra metade do outro. No dia do casamento, os noivinhos explicitaram a rivalidade do futebol. Enquanto a noiva estava segurando uma bandeira do Atlético Paranaense, o noivo usava por baixo do terno uma camisa do Coritiba. “Eu pensei em tocar os hinos dos dois times, mas nossos pais não deixaram”, contou aos risos.

Mas não pense que foi fácil a convivência não, viu? Assim que os dois perceberam que dia de clássico era também dia de briga, resolveram criar regras de convivência. Afinal de contas, se amavam e queriam que o relacionamento desse certo. “Todas as brincadeiras têm limites, inclusive quando o time do coração perde ou ganha. É inevitável uma tiração de sarro aqui outra ali, mas é sempre de maneira saudável”, afirma Camila.

Tanto é que na final da Copa do Brasil (Coritiba X Vasco), Camila provou que o amor estava acima de qualquer time de futebol. “O Gilson chegou arrasado em casa. Eu estava torcendo para o Vasco, mas não achei nada prudente tirar sarro da situação. No dia seguinte fui conversar com ele, consolá-lo e ficou tudo bem”, lembra atleticana.

E quando nascer o primeiro filho? Será que a harmonia ficará comprometida? Camila afirma que o casal já sabe como proceder. “O Gilson disse que se for menino, ele se encarregará de influenciá-lo. E se for menina, eu terei essa missão”. Mas rapidamente refaz o acordo: “Eu disse a ele que vou carregar a criança nove meses e que terei tempo suficiente para convencê-la”. Depois de boas risadas pensou: “Mas no final nosso filho vai escolher. E ele pode perfeitamente torcer para um time que não seja o Atlético nem o Coritiba, para evitar decepcionar um de nós.”

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