Letticia Munniz faz relato forte sobre gordofobia: ‘Ouvia que meu corpo era falta de vergonha na cara’

por | jan 24, 2023 | Empoderamento

Leticcia Munniz, influenciadora que é referência dentro do movimento de aceitar e amar o próprio corpo da forma como ele é, usou o Instagram recentemente para contar um pouco sobre a luta que sempre travou contra os padrões de beleza.

Mesmo sendo atleta durante a adolescência, ela costumava ouvir de amigos e familiares que “comia demais e era preguiçosa” – comentários que não levavam em conta as diferenças de biotipo entre cada um e o fato de que nem sempre o peso está diretamente relacionado à saúde.

Letticia Muniz relembra luta contra o próprio corpo

Usando a ferramenta Stories do Instagram, Letticia respondeu perguntas de seguidores a respeito do seu processo de se aceitar. Segundo a modelo, ela cresceu odiando a si mesma, não só por críticas maldosas de quem estava ao redor, mas também por não ter tido outras referências na mídia que não fossem mulheres extremamente magras.

“Cresci me odiando e me maltratando. Tive todos os distúrbios alimentares”, disse Letticia, detalhando a falta de representatividade. “Cresci lendo e ouvindo e vendo um milhão de absurdos que a gente deveria fazer pra ser magra, que meu corpo era como era por falta de vergonha na cara. Porque eu comia demais e era preguiçosa (sempre fui atleta)”, disse.

Na sequência, ela recordou inclusive um episódio em família que a fez questionar sua forma física. “Nunca esqueço de quando eu fiz 15 anos, fizemos um bolinho em casa para comemorar, e, quando fui comer o bolo, um familiar disse que seu eu engordasse mais não tinha volta. Nem consegui comer o bolo e fui chorar escondido e tomar laxante. Eu tomava todo dia”, contou ela.

Letticia só pôde mudar sua percepção sobre si mesma ao ver outras influenciadoras com corpos parecidos, anos depois, dando início então a um processo de superar os traumas que sofreu na adolescência e a inerente luta contra a gordofobia.

“Foram 18 anos de sofrimento até eu finalmente começar a me aceitar, e isso só aconteceu quando encontrei aqui na internet mulheres sendo lindas, bem-sucedidas, felizes e amadas com corpos como o meu, coisas que até então a gente não via. Todas estavam lutando contra quem eram e tentando se diminuir a um número na balança”, afirmou ela.

Hoje, nas redes, ela busca ser para outras mulheres o que não teve quando era mais jovem, já que entende por experiência própria a forma como influências podem inspirar e mudar gerações.

“Que quando me verem sendo livre, me sentindo linda, sendo amada, bem-sucedida na TV, na passarela, na revista, saiba que seu corpo não é anormal, que você não precisa viver lutando contra quem é. […] Não é fácil, os bastidores vocês nem imaginam, mas a gente segue firme, sem desistir, abrindo portas, janelas e quebrando tudo o que precisar”, escreveu.

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