Mas não é somente para o paladar que o aproveitamento das cascas e cia serve. Nutricionalmente é cheio de vantagens. Após um estudo com 20 alimentos, os pesquisadores do Serviço Social da Indústria de São Paulo – SESI – fizeram descobertas que impressionam. Segundo Legiane Rigamonti, uma das nutricionistas do grupo, a folha da couve-flor, sempre deixada de lado, tem mais vitamina C que a flor da verdura. “Cem gramas das folhas, por exemplo, tem cerca de 122,7 miligramas da vitamina. A necessidade diária de um adulto é de 70 a 75 miligramas. E o sabor é muito parecido. Numa salada, você consegue praticamente toda vitamina C que um adulto precisa num dia”, contabiliza.
Já a casca da banana é rica em potássio. Em comparação com o fruto, a casca tem mais que o dobro do nutriente
Os exemplos não param por aí. Geralmente as cascas das frutas têm muito cálcio. Em 100 gramas de casca da laranja, encontram-se 363 miligramas deste nutriente, importante para a formação óssea. Servida em saladas ou em doces, a casca possui um sabor ácido que, combinado com outros alimentos, realça o sabor dos outros ingredientes. Já a casca da banana é rica em potássio. Em comparação com o fruto, a casca tem mais que o dobro do nutriente. Uma das mais famosas receitas com a fruta é o bolo de casca de banana.
As descobertas dos pesquisadores do SESI geraram um programa de educação alimentar chamado Alimente-se bem, com um livro e cursos gratuitos espalhados por cidades do Estado de São Paulo. Com o livro, é possível aprender a fazer delícias como bolo de casca de abacaxi, esfirra de folhas de couve-flor, quiche de casca de abóbora, suflê de talos de agrião, geléia de casca de frutas, casca de maracujá recheada, pescada com casca de mamão, pizza de talos de brócolis, doce de casca de melancia e pavê de casca de tangerina.