Diabetes gestacional > Cautela e prevenção

O tratamento do diabetes durante a gravidez, segundo as médicas, engloba três coisas simples: dieta, atividade física (moderada) e, quando necessário, a aplicação de insulina. “Controlar o peso é a principal regra. Na maioria dos casos de diabetes gestacional, só a alimentação indicada pelo médico e exercícios físicos são suficientes. No caso das diabéticas prévias, alguns medicamentos orais, como hipoglicemiantes, precisam ser suspensos”, avalia a ginecologista Vera Fonseca.

Depois que deu à luz sua filha de 6 meses, Cristina Borges melhorou as taxas de glicose e não teve mais diabetes. Ainda assim, ela mantém os cuidados: “Faço hidroginástica duas vezes por semana e continuo de olho em tudo o que como, sem exageros. Não quero voltar a ter o problema quando for mais velha”, diz. Embora a recuperação dos índices glicêmicos seja normal após o parto, de 20 a 40% das mulheres que contraem o diabetes gestacional têm grandes chances de se tornarem definitivamente diabéticas anos depois.

As pessoas costumam achar saudável quando um bebê nasce grande, mas isso nem sempre é bom. Vindo de uma mãe diabética, ele pode sofrer hipoglicemia se ficar muito tempo em jejum, pois, dentro da mãe, ele estava acostumado a altas doses de glicose

No caso das mulheres que já eram diabéticas antes de engravidarem, a atenção deve ser maior. Quem tem diabetes do tipo 1, cuja incidência se dá na infância ou na adolescência, necessita da insulina para sobreviver, por exemplo.

Programar-se, consultando o médico antes de pensar em ter filhos, faz a diferença. “O ideal é que a gravidez seja planejada e que haja assistência pré-concepcional, até mesmo para saber se aquele é o melhor momento para se engravidar. Depois disso, o pré-natal ajuda e prevenir problemas”, ressalta Vera Fonseca, recordando que os exames desta fase podem ser feitos em hospitais da rede pública de saúde.

Teste: Você sabe se alimentar?

A ginecologista chama a atenção para os perigos que correm as diabéticas que já têm a doença há mais tempo e sofrem com alterações cardíacas e renais, entre outras: “Nesse caso, a gravidez torna-se ainda mais complicada. O bebê talvez nasça menor por não ter placenta suficiente. A mortalidade materna é rara, mas a perinatal e a fetal podem ocorrer, dependendo da gravidade da diabetes e da realização adequada ou não do tratamento”, explica.

Se não forem cuidados durante a gravidez, tanto o diabetes do tipo 1 quanto o gestacional podem trazer perigos ao bebê e até mesmo levá-lo à morte. “As pessoas costumam achar saudável quando um bebê nasce grande, mas isso nem sempre é bom. Vindo de uma mãe diabética, ele pode sofrer hipoglicemia se ficar muito tempo em jejum, pois, dentro da mãe, ele estava acostumado a altas doses de glicose”, alerta Vera Fonseca. A macrossomia deve ser, portanto, combatida.

A endocrinologista Marília Gomes destaca outras possíveis conseqüências para os filhos de mulheres que têm diabetes gestacional: “Além de alterações metabólicas que possam vir a acontecer, há a probabilidade de o bebê apresentar diabetes mais tarde”, acrescenta. Apesar de serem pequenos os riscos de hiperglicemia neonatal (de 1 a 2%), as mulheres com diabetes apresentam maiores chances de gerar bebês com tendência à obesidade e ao diabetes tipo 2 no futuro.

As mães diabéticas que não se cuidam também correm risco de ter nenéns com problemas congênitos ou prematuros, interromper a gravidez antes do tempo ou optar pela cesariana por causa do tamanho do bebê. Elas podem, ainda, ter problemas com pressão alta durante a gestação. “O acompanhamento médico é sempre indispensável e deve privilegiar a prevenção com exames pré-natais”, conclui Vera.

Leia também:

– Doce amigo – Emagrecer sem tirar os doces da dieta? Veja como!

– Marcas de gravidez – Saiba como prevenir as estrias durante a gravidez.