A língua presa em crianças é uma alteração comum e, muitas vezes, ignorada. Ela ocorre ainda na gestação quando uma pequena porção de tecido (frênulo lingual), que deveria desaparecer durante o desenvolvimento do bebê, permanece na parte inferior da língua e impede seus movimentos.
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Uma análise da Universidade de Cincinnati, nos EUA, constatou que cerca de 16% dos bebês com dificuldades de amamentação tinham a língua presa. Na cidade de Brotas, interior de São Paulo, a fonoaudióloga Roberta Martinelli avaliou 100 crianças e constatou que 15% delas possuem problemas no frênulo lingual. A partir da pesquisa, Roberta criou em 2012 o teste da linguinha nos bebês.
Saiba quando fazer o teste da linguinha
A especialista explica que o exame na língua do bebê é rápido e não dói. “O avaliador oferece o dedo para o pequeno sugar. Com isso é possível detectar a limitação do movimento da língua e evitar problemas.” Caso a restrição seja comprovada, a cirurgia é o mais indicado. O procedimento dura em torno de 5 minutos, o profissional utiliza apenas gel anestésico e tesoura.
Para Flávia Ribeiro, fonoaudióloga do Hospital e Maternidade São Luiz, a identificação da alteração do frênulo lingual é muito importante na fase neonatal. “Quando o freio é curto pode dificultar a amamentação, por isso, os profissionais envolvidos nos cuidados neonatais devem estar cientes deste risco e solicitar avaliação”, explica a especialista.
Em Brotas já existe uma lei municipal que institui a obrigatoriedade da realização gratuita do teste da linguinha. “A Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia também se mobiliza junto aos políticos para que o exame seja instituído por meio de lei federal. Esperamos que, em breve, ele seja acessível a todos os bebês brasileiros”, finaliza Roberta, criadora do exame.
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