Muito seguro, o dispositivo intrauterino (DIU) oferece pouquíssimos riscos à saúde, e um deles é a expulsão espontânea do método contraceptivo. Isso acontece com menos de 10% das pessoas com útero e, portanto, é um risco baixo.
De acordo com uma revisão recente de estudos sobre a relação entre o DIU e coletores menstruais, no entanto, é possível que ele seja maior para quem usa o copinho durante a menstruação – e há algumas hipóteses sobre o porquê.
Coletor menstrual pode gerar maior risco de expulsão do DIU
Publicada em janeiro de 2023 no periódico científico “Contraception and Reproductive Medicine”, uma revisão de estudos analisou 73 casos de expulsão de DIU em pessoas que também usam coletor menstrual – e, ainda que o trabalho não comprove a relação, esta possibilidade foi apontada como algo a se sinalizar aos pacientes.
Para provar a associação e entender o quanto os coletores menstruais aumentariam o risco de expulsão, segundo os pesquisadores responsáveis pela revisão, seria preciso realizar testes randomizados e controlados, mas, com base nas evidências atuais, algumas hipóteses foram levantadas para esta possibilidade.
Quando bem posicionado, o coletor menstrual cria um vácuo no canal vaginal. Na hora hora de retirá-lo, é aconselhado “apertar” o copinho para desfazer o vácuo, mas, mesmo assim, o item pode criar sucção no canal. Isso, de acordo com os pesquisadores, pode ser uma das causas para o possível risco aumentado de expulsão do DIU, já que “puxaria” o dispositivo.
Dentro desta teoria, foram citadas ainda duas situações que poderiam tornar o risco ainda maior entre quem usa coletor. Segundo os especialistas, há copinhos de diferentes tamanhos e formatos, algo que influencia na forma como eles ficam posicionados no canal vaginal. A depender do posicionamento, a sucção pode ser maior ou menor.
Além disso, a anatomia pélvica também pode interferir. A depender do tamanho da cavidade uterina ou da presença de possíveis malformações no órgão, o coletor menstrual pode ficar posicionado de forma a intensificar a sucção – e, consequentemente, o risco de “puxar” o DIU.
Na revisão, os pesquisadores apontaram ainda possíveis formas de reduzir a incidência do problema, todas aconselhadas por fabricantes de coletores menstruais. Entre elas, está a redução da cordinha que fica para fora do colo do útero e a suspensão do uso do copinho por determinado período após a inserção do DIU.
É preciso lembrar, no entanto, que mesmo com esta possibilidade, o dispositivo intrauterino oferece pouquíssimos riscos à e tende a gerar menos efeitos colaterais que, por exemplo, a pílula anticoncepcional. Ao optar por este método, é imprescindível tirar todas as dúvidas com um especialista, que deve orientar sobre os cuidados e as possibilidades relacionadas a ele.
