Planos de saúde agora devem fornecer remédio mais caro do mundo: cada dose custa R$ 6,4 milhões

por | fev 7, 2023 | Saúde e bem-estar

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou, na última segunda-feira (6), a inclusão de quatro medicamentos ao rol de procedimentos a serem cobertos pelos planos de saúde no Brasil.

O principal destaque ficou por conta da inclusão do Zolgensma, o remédio mais caro do mundo, cuja dose custa cerca de R$ 6,4 milhões. Saiba mais!

Planos de saúde terão que fornecer Zolgensma

Zolgensma é a medicação mais cara do mundo
Novartis/Divulgação

O Zolgensma deverá começar a ser oferecido pelos planos de saúde no Brasil, assim como faz o SUS desde dezembro de 2022, após decisão aprovada pela ANS para o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, juntamente com outras três tecnologias: Dupilumabe, Zanubrutinibe e Romosozumabe.

Este, contudo, acabou se destacando na lista por ser o medicamento mais caro do mundo: são cerca de R$ 6,4 milhões uma aplicação única usada em tratamento de bebês que tenham Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo I.

De acordo com o Ministério da Saúde, o remédio deverá ser liberado “para tratamento de pacientes pediátricos com até 6 meses de idade com Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo I que estejam fora de ventilação mecânica invasiva acima de 16 horas por dia”.

Vale lembrar, contudo, que desde que foi incorporada ao SUS, a medicação já tinha cobertura obrigatória pelos planos de saúde em casos de prescrição médica para administração em internação hospitalar, planos de segmentação hospitalar (com ou sem obstetrícia) e planos-referência. Agora, contudo, ele também terá que ser oferecido pelos planos para as prescrições realizadas em âmbito ambulatorial.

Ainda de acordo com a entidade, Zolgensma e as outras três tecnologias já começarão a ser oferecidas a pacientes com planos de saúde assim que for feita a publicação da atualização da resolução normativa que trata do Rol no Diário Oficial da União, o que deve ocorrer nesta semana.

O que é AME e como age o Zolgensma

Entenda como age o Zolgensma na AME
Inside Creative House/iStock

Segundo o Instituto Nacional da Atrofia Muscular Espinhal, a AME é uma doença genética que ocorre em cerca de um em cada dez mil bebês nascidos vivos, sendo a maior causa genética de mortalidade infantil, segundo estudos.

Trata-se de um quadro que interfere na capacidade do corpo produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelas atividades musculares essenciais, como andar, falar, engolir e respirar.

“Sem quantidade adequada da proteína SMN, os neurônios motores morrem. Como são eles os responsáveis pelo controle da atividade muscular, a sua morte leva à fraqueza muscular e à perda progressiva dos movimentos, até a paralisia”, explica o INAME.

O tipo I de AME – que foi aprovado pela ANS para recebimento da medicação – é chamado de “forma infantil grave”.

Seus sintomas aparecem até o sexto mês de vida, sendo normalmente:

  • Fraqueza nos movimentos;
  • Necessidade de auxílio de ventilação para respirar;
  • Incapacidade de sustentar o pescoço e sentar sem apoio;
  • Dificuldade de engolir;
  • Fasciculação (tremor) na língua.

O medicamento Zolgensma tem como função neutralizar estes efeitos nos bebês, reduzindo a necessidade de ventilação artificial para respirar e melhorando os movimentos e a força muscular. Como resultado, a criança consegue sentar, sustentar a cabeça e engatinhar, por exemplo.

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