O conceito da educação positiva prega respeito e díálogo, mas não é sinal de permissividade e falta de limites
Você já ouviu falar em “educação positiva”? Trata-se de um termo que começou a ser utilizado na década de 1980. Inspirado em uma obra da terapeuta norte-americana Jane Nelsen, as diretrizes são para crianças entre 0 e 3 anos.
O conceito defende uma abordagem educacional integrando o bem-estar físico e emocional na infância, e tem sido utilizado por muitos pais atualmente.
Mas, afinal, a “educação positiva”, que dá mais autonomia aos pequenos, seria o mesmo que “educação permissiva”? A seguir, saiba mais sobre o assunto.
Educação positiva: o que é?

A “educação positiva” é uma filosofia que tem cinco pilares como base: apego seguro, inteligência emocional, ciência do desenvolvimento humano, desenho original do ser humano e consciência social.
De acordo com Alessandra Prati, pedagoga e educadora parental, o principal foco é a autoeducação ao invés da coerção. “Isso porque tentar mudar o outro ou um comportamento do outro, seja criança ou adulto, não faz parte de uma educação que preza pelo respeito”, pontua ela.
Dessa forma, para a educação positiva, a permissividade e a falta de limites são sinônimos de negligência. Um exemplo seria pais que deixam os filhos no celular sem um combinado de tempo e de conteúdo. O correto, nesse caso, é criar uma conexão com repeito e diálogo, onde praticamente não haja a necessidade do uso de telas.
Por isso, adultos que desejam aplicar a educação positiva nos filhos devem, primeiramente, mudar o próprio pensamento. Afinal, as crianças imitam os pais e, dessa forma, não se faz mais necessário “mandar” que elas façam algo a partir do medo: elas farão a partir do exemplo.

“Educação diz respeito às relações. Nós, adultos, somos responsáveis por promover um ambiente seguro e acolhedor para as crianças. Quando começamos a aplicar a educação positiva, passamos por um processo de autoconhecimento que é imediatamente sentido pelos pequenos”, afirma a especialista.
Como aplicar a educação positiva diante de uma birra?

Visto que a educação positiva enxerga a birra como uma imaturidade cerebral e que todo comportamento é uma forma de comunicação, há alguns passos para seguir durante uma birra do seu filho, segundo a especialista Alessandra Prati. Veja abaixo:

1. Curiosidade: Pergunte à criança o que ela está sentindo e como foi o dia dela na escola, por exemplo, para que você possa notar se há algo fora do comum. Sente fome, sede, sono? A estratégia funciona porque muitos dos pequenos choram quando não se sentem escutados.
2. Compreensão e compaixão: Lembre-se que, mesmo que o choro seja desproporcional, aquela manifestação é legítima para a criança que está sentindo. Acolha também as suas dúvidas e até a raiva que você possa sentir na situação.
3. Conexão: Na educação positiva, crianças não precisam apenas de proteção, leveza, previsibilidade e brincadeiras, mas também de uma verdadeira conexão com os pais. Ao acalmá-la com diálogo após a birra, a dica é tentar distraí-la com a sugestão de alguma brincadeira.