Criança também pode fazer skincare? Saiba como deve ser o cuidado com a pele infantil

por | set 2, 2024 | Família, Filhos

Com o mercado cada vez mais cheio de produtos com apelo infantil, é preciso alertar: a pele da criança não precisa do mesmo skincare que se faz em adultos!

Especialmente com acesso mais fácil às redes sociais e criadores de conteúdo com foco em beleza e cuidados com a pele, é seguro afirmar que crianças têm sido cada vez mais impactadas pela ideia do skincare. O hábito de usar produtos na pele, conservá-la e combater possíveis é apresentado de forma cada vez mais amigável a crianças – e, por isso, especialistas alertam: os pequenos não devem fazer skincare.

Entenda abaixo como deve ser o cuidado com a pele infantil e a partir de qual idade é possível aderir ao hábito de fazer skincare:

Fazer skincare na pele da criança é seguro?

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(Crédito: Freepik)

De acordo com Fabiana Brenner, médica membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), não da forma como esse hábito é normalmente conhecido. O hábito de cuidar da pele geralmente é associado ao uso de produtos que promovem melhora na aparência, manutenção da elasticidade, combate a problemas e mais. Esse não deve ser o foco quando o assunto é a pele infantil.

Isso, segundo ela, se deve às diferenças entre a pele adulta e a infantil. Crianças, por exemplo, não costumam ter oleosidade, cravos, espinhas, pelos e outras questões das quais adultos costumam cuidar na hora do skincare. Não é, portanto, indicado o uso de séruns, produtos antiacne, sabonetes antiacne, cremes com ácido, máscaras, entre outros produtos.

O mesmo, segundo ela, vale para produtos de maquiagem. Há, é claro, itens voltados para crianças e devidamente testados na pele infantil. Ainda assim, a médica recomenda seu uso apenas após os três anos. Já se tratando de produtos de skincare como se conhece entre adultos, a ideia é começar apenas após a criança chegar à puberdade.

Pele da criança: pequenos devem usar algum cosmético?

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(Crédito: Kindel Media/Pexels)

Conforme explica a dermatologista, é preciso avaliar a necessidade. Normalmente, ela não existe – mas há casos em que a pele da criança pede, por exemplo, uma hidratação mais potente. “Existem ocasiões em que a pele da criança tem deficiência de hidratação ou alguma dermatose – especialmente dermatite atópica. Nesses casos, a gente precisa da recomendação do hidratante com mais intensidade”, afirma.

Ao sinal de secura extrema, descamação, rachaduras frequentes na pele, alergias, entre outras anormalidades na pele, recomenda-se buscar um dermatologista especializado na pele infantil. Em geral, o profissional deve indicar um hidratante devidamente testado na pele de crianças e, portanto, seguro para uso.

Além disso, tanto crianças que têm algum desses problemas quanto aquelas que têm a pele normal devem seguir alguns cuidados básicos. “Banho rápido, água não tão quente e pouco hidratante”, lista a dermatologista. Segundo ela, no caso de crianças que precisam de hidratação extra, o creme deve ser aplicado logo após o banho – algo que facilita a absorção.

A médica lembra, porém, que o uso do protetor solar em momentos de alta exposição é essencial. Basta procurar entre os produtos aqueles que sejam devidamente testados na pele infantil e, portanto, liberados para crianças.

Skincare na adolescência: quando começar e o que usar

(Crédito: Freepik)

Na puberdade, a estrutura da pele da criança começa a ficar cada vez mais parecida com a dos adultos. É natural, portanto, o aumento da oleosidade, o surgimento de cravos e, principalmente, da acne. Em geral, os cuidados com a pele começam por aí: com o auxílio de um profissional, é possível utilizar produtos para tratar e conter espinhas.

Outras queixas do adolescente quanto à pele devem ser avaliadas diretamente por um dermatologista. Não é indicado que adolescentes utilizem produtos fortes por conta própria – algo que inclui cremes à base de ácido e fórmulas mais elaboradas com foco em prevenção do envelhecimento, por exemplo.

Sinais de alerta na pele da criança

Mas, afinal, quando buscar um dermatologista para a criança e quando desconfiar de que algo não vai bem? Conforme explica a médica, as principais doenças de pele que afetam crianças são dermatite atópica, eczema atópico, alopecia areata e onicomicose.

Essas doenças têm sintomas diferentes e afetam pele, cabelos ou unhas. Em geral, indica-se buscar atendimento médico se a criança apresentar um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Pele muito seca;
  • Coceira intensa;
  • Presença de lesões avermelhadas na pele;
  • Alterações na aparência das unhas;
  • Desconforto na região das unhas;
  • Queda anormal de cabelo em determinados pontos do couro cabeludo.

Saúde infantil