O vício infantil em telas traz prejuízos não só cognitivos e emocionais, mas também físicos
Não é raro ver crianças passando o tempo enquanto jogam em celulares ou tablets, antes mesmo que cheguem à adolescência. E este é um hábito que muitos pais e mães, por conveniência, acabam incentivando sem perceber os malefícios a curto e longo prazo.
Isso porque, quando o tempo diante de celulares, tablets e computadores começa a interferir no sono, alimentação, desempenho escolar e até nas interações familiares, é um grande sinal de que o uso passou de hábito para a dependência. A seguir, saiba mais sobre o assunto.
Consequências do vício infantil em celulares ou tablets
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Tendo em vista que hábitos moldam os comportamentos e, consequentemente, as rotinas e escolhas das pessoas, o primeiro malefício do vício em telas de crianças é o risco de ela se tornar uma adulto com baixa tolerância à frustração e sem criatividade.
Afinal, o funcionamento cerebral se acostuma a buscar respostas imediatas, sem exigir um desenvolvimento mais profundo do pensamento.
E é onde as competências sociais também podem ser prejudicadas, de acordo com Juliana Bonfim, terapeuta e neuropsicóloga pelo Instituto de Pós-graduação e Graduação (IPOG). “O isolamento por telas interfere nas interações com os outros, e são por meio delas que as crianças desenvolvem habilidades cognitivas, emocionais e sociais”, aponta ela.
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O uso descontrolado de crianças em relação a celulares e tablets pode também comprometer o sono, afetando o diretamente desempenho escolar. Mas não somente isso: em clínica, a especialista já observou quadros de saúde física. “Sedentarismo, obesidade, problemas visuais e doenças ortopédicas são alguns exemplos”, diz.
Quantas horas crianças podem ficar expostas às telas?
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Crianças de dois a cinco anos devem se expor a uma hora por dia a celulares e tablets, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria. No entanto, entre 6 e 10 anos, o tempo aumenta para 2 horas diárias e, para os maiores, a orientação é de até 3 horas por dia.
“É imprescindível que haja a supervisão dos conteúdos, dialogando, estabelecendo uma relação de confiança, orientação e construção da autonomia”, indica a especialista Juliana Bonfim.
Além disso, outra dica é apresentar à criança outras formas de se entreter, como em momentos em família.
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Por fim, se ainda assim ela apresentar dificuldade de se desconectar, e ansiedade ou irritabilidade quando passa um tempo sem usar os aparelhos, os pais devem buscar por ajuda psicológica infantil o quanto antes.