Diante da prateleira é quase impossível não ficar perdida. São tantas opções, tamanhos, estampas e materiais que a tarefa aparentemente simples de escolher uma fralda para o pimpolho pode ser tornar complexa. E, como é só a partir dos 18 meses de vida que a criança dá início ao uso do “troninho”, até lá você se verá num mar de fraldas a cada dia e precisará aprender a fazer boas compras. Do contrário, o neném poderá sofrer com assaduras, coceira e alergias que tirarão o seu descanso e o conforto do pequeno.
Veja as opções de fraldas e cremes anti-assadura em nosso slideshow!
“As assaduras são inflamações muito comuns nos bebês, que podem ocorrer pelo uso constante das fraldas. Além de atritarem com a pele frágil da criança, elas dificultam a entrada do ar, mantendo-a úmida e em contato constante com a urina e as fezes”, explica Cláudia Nascimento, pediatra do Hospital e Maternidade São Camilo, em São Paulo. Por isso, a busca por qualidade e conforto na escolha de uma fralda é de extrema importância. Mas você sabe por onde começar?
Escolhendo a fralda
Os especialistas são unânimes em afirmar que as fraldas de pano ainda são a melhor opção. “Além de serem economicamente corretas, elas causam menos irritação na pele do bebê”, afirma Cláudia. Mas, cá entre nós, já se foi o tempo em que as mulheres passavam o dia inteiro com a barriga encostada no tanque lavando fraldas, não é mesmo? Com a correria da vida moderna, quase não sobra mais tempo para este trabalho nem um pouco agradável… Por isso, as fraldas descartáveis invadiram o mercado e conquistaram a fidelidade das mamães. Então, diante de tanta variedade, o que devemos observar antes da compra?
As assaduras são inflamações muito comuns nos bebês, que podem ocorrer pelo uso constante das fraldas
Quanto ao material, quase não existem diferenças entre as marcas. As fraldas costumam ser compostas de polipropileno, um material que evita os vazamentos e uma camada de gel absorvente que permite que o bebê não fique úmido enquanto estiver com a fralda. As maiores diferenças, no entanto, costumam estar justamente na quantidade desse gel e em seu poder de absorção. Enquanto uma fralda diurna promove o “efeito sequinho” por cerca de quatro horas, as noturnas podem suportar até doze horas de umidade. “As fraldas noturnas são confeccionadas com material mais resistente e maior quantidade de gel absorvente, que impede o contato da pele do bebê com a urina, já que à noite as trocas precisam ser menos freqüentes”, esclarece Cláudia.
Visto isso, é hora de ficar de olho no tamanho. “O ideal é que as fraldas não sejam muito grandes. Quanto mais cavadas elas forem, melhor, pois o atrito que leva às assaduras também serão menos freqüentes”, recomenda Cláudia. E nada de apertar demais as fitas adesivas! “Ao deixá-las frouxas, você estará facilitando o contato da pele com o ar, diminuindo a umidade e evitando o atrito, o que poderia facilitar o aparecimento de pequenas lesões”, observa a pediatra. A recomendação é que se deixe um dedo de folga.
E cuidado com as fragrâncias, que prometem deixar seu filho mais cheirosinho. “Elas podem ocasionar alergias”, alerta Cláudia. Mas, convenhamos, quem precisa de perfume quando o cheirinho dos bebês já é tão bom? A mesma dica de Cláudia vale para os corantes presentes nas fraldas coloridas, que também podem se soltar e irritar a pele do bebê. E, se o seu pimpolho apresentar alguma reação alérgica às substâncias presentes no interior da fralda ou ao elástico, “a saída é recorrer às fraldas de pano”, afirma Cláudia. Mas lembre-se de que elas devem ser lavadas apenas com água quente e sabão neutro de glicerina.
Vermelhinho
Você sabia que 50% dos bebês de quatro a quinze meses de idade têm pelo menos uma assadura de fralda a cada dois meses? Pois é. As assaduras podem ser causadas por inúmeros fatores: fungos, umidade, atrito, diarréia… E no verão, as crianças sofrem ainda mais. “O aumento da transpiração deixa a pele ainda mais úmida, favorecendo a dermatite por causa das fraldas”, explica Cláudia. O principal sintoma é vermelhidão e pequenas bolinhas na pele próxima à região genital, do bumbum e dos quadris.
Para prevenir seu aparecimento, os especialistas recomendam o uso de cremes anti-assadura. “Eles servem como uma barreira protetora da pele, não deixando que a urina e as fezes fiquem em contato por muito tempo com ela, o que pode ocasionar irritação”, explica Osvania Maris Nogueira, dermatologista pediátrica do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, no Rio de Janeiro. Mas cuidado com os excessos! “O creme deve ser suficiente para formar uma camada protetora. Do contrário, pode causar infamações”, adverte a especialista. Por isso, ela recomenda: “Use o creme apenas uma vez por dia. Ele é bastante oleoso e difícil de ser removido no banho”.
Ainda que os creme anti-assadura sejam um aliado a mais contra a vermelhidão, o melhor remédio para deixar seu filhote bem longe desse problema é mantê-lo sempre sequinho. “A troca de fraldas deve ser feita no mínimo oito vezes ao dia e imediatamente após o bebê evacuar, para evitar a exposição prolongada às substâncias irritantes das fezes e da urina. A umidade na pele já com assaduras pode favorecer a infecção por fungos”, alerta a pediatra. E entre uma fralda e outra, não se esqueça de fazer a limpeza corretamente. “A higiene deve ser realizada apenas com água morna e algodão. Após evacuação, usar também um sabão neutro”, aconselha Cláudia Nascimento. Seque a pele com leves palmadinhas (nunca esfregando) e passe um bom produto anti-assadura. Os mais indicados são os que possuem vitamina A, óxido de zinco e óleos essenciais em sua composição. Nada de talco: a criança pode acabar inalando o pó!
Se depois de tantos cuidados as assaduras teimam em aparecer, pode começar a desconfiar que a pele do seu pequeno é mesmo sensível. Como a adaptação dos bebês às fraldas é individual e relativa, os especialistas recomendam a troca de marcas até que você decida a que melhor se adapta a seu bebê. Está feito o convite. Experimente!