Gravidez no climatério: quais as chances de engravidar e como saber se estou ovulando?

por | abr 20, 2022 | Gravidez e bebês

A proximidade da menopausa é um momento de muitas descobertas e encerramentos de ciclos na vida de uma mulher. No entanto, ela não significa, necessariamente, o fim da possibilidade de engravidar.

A gravidez no climatério natural, embora rara, pode acontecer e merece muita atenção. Para as mulheres que gostariam de viver uma gestação, a fertilização in vitro pode ajudar e muito. Entenda!

É possível engravidar perto da menopausa?

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Antes mesmo de viver a última menstruação, que marca a menopausa, a mulher entra no climatério. Esse é um período de transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva e tende a ser marcado por mudanças no ciclo menstrual.

“No climatério há uma diminuição das funções ovarianas, fazendo com que os ciclos menstruais se tornem irregulares, até cessarem por completo”, explica Dra. Janayane Oliveira, médica gineco/obstetra e especialista em sexologia do Hospital Anchieta de Brasília.

Esse período acontece cerca de dez anos antes do início da menopausa e, embora seja raro, pode ser marcado por uma gestação. Segundo a especialista, é muito comum que as mulheres vivam o climatério a partir dos 40 anos e, mesmo que irregular, o período de ovulação ainda existe.

“No entanto, as chances de uma gravidez natural são menores entre mulheres mais velhas. A fecundidade (ou seja, a probabilidade de obter uma gravidez em um ciclo menstrual) começa a cair significativamente no início dos 30 anos, com um declínio mais rápido alguns anos depois (aproximadamente aos 37 anos)”, explica.

Após os 40, então, as chances de engravidar naturalmente reduzem em 64%. Já aos 45 anos, 87% a 99% das mulheres são inférteis.

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Caso a mulher deseje engravidar, então, a FIV (fertilização in vitro) pode ser o caminho mais indicado. Ainda assim, é preciso certa agilidade para que a gestação possa acontecer. “Alguns estudos indicam que a partir dos 45 anos, a chance de gravidez através da FIV com óvulos próprios é menor que 1%. O risco de alteração genética no embrião chega a 100% a partir dos 47 anos”.

Segundo a especialista, uma avaliação de fertilidade é indicada após seis meses de tentativas para mulheres com mais de 35 anos. No entanto, passado dos 40, “a paciente não deve perder tempo com testes de ovulação e, sim, procurar imediatamente o médico ginecologista especialista em reprodução humana”.

Em alguns casos, a ovodoação pode ser também uma alternativa, como foi para Viviane Araújo, que engravidou pela primeira vez aos 46 anos e quando já havia entrado na menopausa.

Cuidados durante a gravidez no climatério

Além de rara, a gravidez no climatério merece atenção. Por isso, a Dra. Janayane Oliveira sugere um acompanhamento mais detalhado. Isso porque é muito comum que esse tipo de gestação seja acompanhado de alguns agravantes.

“As mulheres que atrasam a gravidez correm maior risco de complicações na gravidez, incluindo gravidez ectópica, aborto espontâneo, anomalias cromossômicas fetais (o que aumentam as chances de um bebê com Síndrome de Down, Edwards, Patau, entre outras), algumas anomalias congênitas, placenta prévia, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e parto cesáreo. Tais complicações podem, por sua vez, levar ao parto prematuro. Há também um risco aumentado de mortalidade perinatal”, explica.

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Sendo assim, o acompanhamento é imprescindível. “O ideal é fazer com um médico obstetra bem capacitado e apto a fazer pré-natal de alto risco. E a frequência das consultas de pré-natal vai aumentar de acordo com as comorbidades que a paciente tem ou que possa a vir desenvolver durante a gestação”.

No entanto, optar por uma gravidez tardia também pode trazer benefícios: “Casais mais velhos tendem a ser mais emocionalmente maduros e financeiramente estáveis do que quando eram mais jovens”.

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