Palmadas prejudicam o desenvolvimento do cérebro das crianças, segundo estudo

Um estudo publicado pela “Child Development”, veículo científico especializado em desenvolvimento infantil, afirma que as palmadas podem interferir permanentemente nas áreas cognitiva e comportamental da criança.

Mesmo que seja proibida por lei no Brasil desde 2014, como em muitos outros países, a prática ainda é vista como forma de educar em diversos lares (ainda por conta da herança cultural).

Palmada como punição

Na metodologia utilizada no teste, 147 crianças norte-americanas, de variadas classes sociais, foram observadas por sessões de ressonância magnética, sendo trabalhada a área do córtex pré-frontal.

Durante o exame, os pesquisadores exibiram fotos com rostos expressando alegria, raiva, medo, choro e neutralidade.

Eles puderam, então, notar que os cérebros das crianças que sofriam com palmadas reagiram mais intensamente às expressões de medo.

De acordo com os pesquisadores, a identificação ocorre porque o cérebro delas já está habituado a manter-se vigilante ao riscos no ambiente doméstico. Sendo assim, a longo prazo, emoções ligadas a reatividade desproporcional e hostilidade com outras pessoas podem ser constantes, e a criança tende até a desenvolver traços psicopatológicos.

Por que não bater?

Diversas outras pesquisas já comprovaram que crianças punidas fisicamente são mais propensas a desenvolver depressão, vícios em drogas e até a tentar suicídio quando maiores, como os realizados por cientistas do Michigan e Texas (EUA).

No lugar de ser educativa, a palmada faz a criança confundir violência com amor, já que os pais representam sua primeira referência de afeto em vida, e repetir o padrão em outras relações.

Bater é crime