Maíra Cardi descobriu doença silenciosa após perda gestacional e nova gravidez: entenda

Saiba o que é a trombofilia e como ela pode colocar a saúde da mulher em risco especialmente durante uma gestação

Grávida novamente, Maímara Cardi revelou o diagnóstico de trombofilia. Segundo a influencer, a descoberta veio após a uma perda gestacional recente e à nova gestação. Agora, a coach terá de usar um medicamento durante toda a gravidez e até no pós-parto – tudo para evitar as complicações graves e fatais que essa condição oferece.

Maíra Cardi revela trombofilia: descobriu ao engravidar

(Crédito: Reprodução/TikTok @cardinigro)

Após anunciar uma nova gravidez meses depois de sofrer uma perda gestacional, Maíra Cardi, de 41 anos, afirmou ter trombofilia. Em um vídeo, ela explicou que o diagnóstico veio após desconfianças do médico, que pediu um exame para garantir uma gravidez mais segura especialmente depois do aborto espontâneo.

“Assim que descobri [a nova gravidez], meu médico falou: ‘Maíra, tem alguma coisa errada. Você já tem dois filhos, nunca perdeu, acabou de perder um e engravidou rapidamente. Vou pedir uns exames’. Ele pediu o de trombofilia e deu positivo”, disse ela, descrevendo o susto da família com relação à condição.

“Assim que a gente ficou sabendo, a gente assustou muito. Ficamos apavorados”, disse ela, relatando que uma antiga funcionária da família morreu por interromper o tratamento de trombofilia após o parto. Agora, a coach está medicada e crê que, se não tivesse vivido a perda gestacional, só teria descoberto a doença quando fosse tarde demais.

“O Rafah [nome que o bebê anterior teria] salvou minha vida. Era para eu estar morta se não tivesse perdido o Rafah, literalmente. Possivelmente ou eu e Rafah morreríamos, ou só eu – não sei exatamente. Mas eu, não tinha a possibilidade de não morrer”, comentou a influenciadora, citando também outros cuidados que precisa tomar.

“O Clexane [anticoagulante para trombofilia] deixa o sangue fino. Eu não posso, por exemplo, sofrer um acidente porque posso ter uma hemorragia. Tenho de ter muito cudiado, não posso me expor”, concluiu.

Trombofilia: o que é, riscos e mais

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(Crédito: Freepik)

A trombofilia é uma condição caracterizada por uma tendência exacerbada do sangue em formar coágulos, também chamados de trombos. Isso acontece por alterações no sistema de coagulação do corpo, cuja função de coagulação visa cicatrizar feridas e evitar hemorragias. Quando há esse desequilíbrio, ele passa a coagular de forma exagerada.

Coágulos sanguíneos, por sua vez, são perigosos. Isso porque esses trombos podem viajar pela corrente sanguínea e entupir vasos importantes. Sendo assim, a condição amplifica os riscos para doenças graves como trombose, acidente vascular cerebral (AVC), complicações vasculares crônicas e embolia pulmonar. Alguns desses quadros podem levar a óbito.

Essa doença pode ser congênita – ou seja, algo herdado – ou adquirida. No primeiro caso, ela geralmente está associada a mutações genéticas e deficiência de proteínas. Já a trombofilia adquirida pode estar relacionada a doenças autoimunes, a câncer, a gestações e ao uso de medicamentos hormonais, como a pílula anticoncepcional.

Relação de trombofilia e gravidez

(Crédito: freepik/freepik)

A trombofilia é uma condição mais prevalente em mulheres, especialmente durante a gravidez devido a alterações hormonais que aumentam os riscos de formação de coágulos. É comum em casos de trombofilia adquirida que a paciente descubra a condição durante a gestação, como aconteceu com Maíra, ou após uma complicação grave.

Além de o surgimento da condição poder estar relacionado à gravidez, essa condição também oferece riscos tanto à mãe quanto ao bebê. Quem tem a doença, não trata e engravida – ou a descobre na gravidez, mas não faz o tratamento corretamente –, pode ter consequências como:

  • Abortos espontâneos recorrentes, geralmente no primeiro trimestre;
  • Morte fetal;
  • Descolamento prematuro de placenta;
  • Bebê com problemas de crescimento dentro do útero;
  • Parto prematuro;
  • Trombose materna;
  • Pré-eclâmpsia grave;
  • Embolia pulmonar;
  • AVC.

É preciso frisar que, ao contrário do que foi dito pela coach, ter trombofilia, não tratá-la e engravidar não é necessariamente uma sentença de morte. Ainda assim, os riscos nesse cenário são extremamente altos, e realizar o tratamento reduz significativamente a possibilidade de haver consequências graves ou fatais.

Diagnóstico de trombofilia

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(Crédito: kjpargeter/Freepik)

Apesar de poder levar a condições de saúde muito graves, a trombofilia não tem, em geral, sintomas. É bastante comum que o diagnóstico aconteça apenas quando se realiza um exame preventivo ou quando se tem uma complicação. Mulheres que têm muitos abortos espontâneos ou complicações obstétricas, por exemplo, devem sempre investigar.

Tratamento

Quando uma pessoa tem essa condição em um nível considerado de baixo risco e não está grávida, pode não ser necessário tratá-la de forma contínua. O tratamento com anticoagulantes, que previnem a formação de trombos, é necessário quando há uma situação de risco, como antes de cirurgias, durante imobilizações prolongadas, viagens longas, uso de anticoncepcionais, entre outros fatores.

Caso a pessoa seja diagnosticada com trombofilia e já tenha vivido uma trombose anteriormente, pode ser necessário medicá-la com anticoagulantes a longo prazo. Já durante a gestação, uma pessoa com trombofilia precisa de acompanhamento médico mais detalhado, contando também com um hematologista, e tratamento com anticoagulantes.

Saúde na gravidez